A companhia aérea portuguesa TAP registrou prejuízos de 170 milhões de euros (R$ 551,58 milhões no câmbio atual) de janeiro a outubro deste ano, em grande parte devido ao aumento do preço dos combustíveis.
"Este ano está perdido. É um ano que não tem mais recuperação", afirmou o presidente executivo da transportadora, Fernando Pinto, durante um encontro com a imprensa.
"Esta perda não deve recuperar-se, muito pelo contrário, deverá aumentar até ao final do ano", acrescentou, evitando divulgar valores.
O presidente-executivo da companhia aérea disse que até outubro a companhia aérea gastou 160 milhões de euros (R$ 519,13 milhões) a mais do que estava previsto em combustível, salientando que os valores anunciados nesta segunda-feira ainda não são oficiais.
A empresa de handling (serviço de apoio a aeronaves) Groundforce contribuiu com perdas "entre 10 e 15 milhões de euros" (entre R$ 32,4 e R$ 48,8 milhões), acrescentou Fernando Pinto.
Neste cenário, a meta de lucros de 64 milhões de euros (R$ 208,76 milhões) fixada entre o contrato de gestão assinado com o governo é "coisa do passado".
"As metas [do governo] ficaram irrealistas porque as bases se tornaram irrealistas", afirmou o presidente da TAP, acrescentando ter a compreensão do governo para esta "situação complexa".
Projetos
O plano de contenção de custos da empresa, que inclui cerca de 84 ações, permitiu um ganho de cerca de 70 milhões de euros (R$ 228,34 milhões), abaixo dos 100 milhões de euros (R$ 326,2 milhões) previstos no lançamento destas medidas.
"Decidimos cancelar a encomenda de oito A320", afirmou, revelando que esta decisão já foi comunicada à Airbus e, "em princípio, não terá custos".
O presidente da TAP disse que a empresa está elaborando um "orçamento conservador" para 2009, ao mesmo tempo em que analisa os mercados para definir onde há capacidade de crescimento e onde poderão haver reduções.
O encerramento de rotas e a demissão de funcionários não estão nos planos. "Não temos, por enquanto, idéia de fechar rotas", disse Fernando Pinto, citando que a empresa "faz todos os esforços para não reduzir mão-de-obra".
"A nossa intenção não é reduzir pessoal, mas nós precisamos de flexibilidade", afirmou.
Questionado sobre a privatização da TAP, Fernando Pinto disse que a decisão será do governo. "A decisão é dele [governo]. É uma questão política", disse.
Fonte: Agencia Lusa
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