Não se iluda com a facilidade que temos hoje! O próximo alvo das cias aéreas no Brasil e no mundo será a bagagem de mão, mas por razões diferentes.
Como está situação nos EUA
Inspiradas pelas low costs, grande parte das cias aéreas nos EUA passou a cobrar pelo despacho de malas a serem transportadas no porão em vôos domésticos (e agora também em alguns vôos internacionais). Com isso, elas descobriram mais uma, e hoje importante, fonte colateral de renda para suas companhias.
Hoje nos EUA, somente a low cost Southwest não cobra pelo despacho de malas (duas peças de 23kg). A Jetblue não cobra pelo despacho da primeira mala, mas as demais cias cobram desde o despacho da primeira mala em vôos domésticos.
Até aonde tenho conhecimento, apenas a americana low cost Spirit teve coragem de cobrar por bagagem de mão que não tenha dimensões para ser acomodada sob o banco do passageiro. As demais devem morrer de vontade, mas ainda falta coragem, já que um movimento maciço nesse sentido poderá gerar uma reação contrária mais conservadora por parte do governo que anda questionando crescente número de taxas extras por serviços anteriormente gratuitos.
O efeito mais visível da cobrança por bagagem de mão, além do lucro auferido pelas cias aéreas com esses serviços, foi o fato de que grande parte dos consumidores decidiu usar o máximo da sua franquia de mala de mão, tanto em peso como em tamanho. Assim, eles evitam despachar uma mala ou mesmo evitam pagar pelo despacho de uma segunda ou pagar pelo excesso de peso da primeira. Assim, o embarque em vôos domésticos americanos acabou ficando mais lento e desagradável devido à boa quantidade de malas a serem guardadas nos bagageiros (se você já voou de Miami ou Nova Iorque para o Brasil, você entende o que estou falando).
Com o advento do check-in via Internet ou celular, muitos consumidores nem mais passam pelo balcão de check-in indo diretamente para a sala/portão de embarque com suas malas de mão. Como no Brasil, apesar do número menor, alguns ultrapassam o peso ou o tamanho permitido.
Vendo o impacto no embarque das aeronaves e na perda de receita quando alguém opta por embarcar com uma mala que deveria ser despachada pelas regras, as cias americanas tem apertado o controle das bagagens de mão. Desde incessantes pedidos para que os passageiros usem o gabarito de malas para medir e pesar suas malas até a blitz na porta de embarque estão sendo realizadas por elas.
Muitas cias ao verem que a bagagem de mão ultrapassou os limites, acabam despachando a mala para o porão sem cobrar nada, mas não me assusto se começarem a cobrar na porta do avião pelo despacho das mesmas.
E no Brasil?
Só a divulgação da idéia das cias aéreas em começar a controlar a bagagem de mão já rendeu muita polêmica. Mas elas já começaram a testar o processo e a acostumar seus consumidores. A Tam saiu na frente.
Mas qual seria a motivação de consumidores para extrapolar a franquia estabelecida e das cias aéreas para cobrar mais rigidamente o seguimento da mesma já que no Brasil não há (ainda) cobrança por despacho de malas?
Consumidores
A franquia adotada pelas cias nacionais para bagagem de mão é regulada por lei (Portaria 676 de 13/11/2000) e é de no máximo 5kg. Essa franquia é inferior à utilizada pela maioria das cias aéreas pelo mundo, apesar de manter dimensões máximas iguais às praticadas pela maioria das cias aéreas por ai (115cm = soma de altura, comprimento e profundidade). Assim, uma mala com dimensões máximas permitidas facilmente convida a ultrapassar esses 5kg. Convenhamos, 5kg é um saco de arroz…
Outra realidade em nossos aeroportos tem sido o tempo gasto entre a chegada das aeronaves e a colocação de malas nas esteiras da sala de desembarque. Na tentativa de evitar essa espera, muitos viajantes podem acabar ultrapassando os limites de peso e tamanho a fim de carregar dentro da aeronave bagagem que deveria ser despachada.
Finalmente, temos o hábito muito arraigado em alguns de ignorar regras comuns a todos e seguir uma ética muito própria quando se trata de seus atos. Se for eu, pode, mas se for outro, eu reclamo.
Cias Aéreas
Além da questão excesso de peso que acaba levando um gasto maior de combustível (e menor lucro no vôo), malas acima do peso ou tamanho acabam por:
Lentificar o processo de embarque de desembarque da aeronave. Em tempos de uso otimizado de aeronaves, tempo em solo é dinheiro perdido.
Colocar em risco outros passageiros. Você já deve ter visto que muitos passageiros têm dificuldade de carregar sua própria bagagem de mão e colocá-la no bagageiro. Uma mala com peso muito elevado aumenta o risco de causar algum trauma no colega passageiro sentado debaixo do bagageiro durante o processo de embarque e desembarque das aeronaves. Eu já vi muita coisa caindo na cabeça ou no colo de terceiros durante minhas viagens.
Quando alguém ultrapassa o tamanho máximo permitido, ele acaba reduzindo o espaço que os demais passageiros têm direito. O esperto supercarregado entra correndo para ocupar o espaço nos bagageiros e o outro que vem depois e que seguiu todas as regras não consegue guardar sua bagagem de mão…
Assim, não me assusto se um dia o espaço para bagagem de mão vier numerado como vem as poltronas… Quem sabe um dia vem com chave como um maleiro automático desse de rodoviária e aeroportos…
Dicas
Assim, recomendo fortemente que você conheça também a franquia de bagagem associada à sua passagem para evitar transtornos durante o seu embarque e check in.
Lembre-se que algumas malas já pesam muito ainda vazias. Assim o ideal é comprar uma mala de mão construída com material leve e dentro dos padrões máximos permitidos (incluindo as rodinhas que porventura tenha). Formatos tipo caixa retangular facilitam o uso do espaço e a colocação nos bagageiros.
A grande maioria das cias permite uma mala de mão e um item pessoal (pode ser um bolsa de mulher pequena ou bolsa de notebook entre outros itens) que possam ser acomodados sob a poltrona da frente. Material de leitura em quantidade compatível também costuma estar fora da franquia em muitas cias aéreas.
Retire papéis/livros (coloque-os em uma sacola plástica), o notebook ou câmera maior de dentro da mala de mão na hora de pesar a mesma.
Coloque sua mala transversalmente ao bagageiro, pois é assim que os novos bagageiros foram planejados para acomodar bagagem dentro das dimensões permitidas. Isso facilitará que o seu colega de vôo coloque a dele, além tornar mais fácil a retirada delas durante e ao final da viagem.
Da mesma forma que esperamos que as cias nacionais atualizem sua política de bagagem de mão diante do maior espaço disponível nas novas aeronaves, esperamos que todos sigam esses limites a fim de permitir que os demais também possam usufruir do seu direito de levar sua bagagem de mão próximo a ele. O direito de um não pode ultrapassar o direito o próximo.
Fonte: http://www.aquelapassagem.com.br/bagagem-de-mao-o-novo-alvo-das-cias-aereas-pelo-mundo/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+aquelapassagem+%28Aquela+Passagem+%21++++Dicas+Para+Encontrar+Aquela+Passagem+A%C3%A9rea.%29
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