Reguladores europeus de segurança aérea estão prontos para ordenar um reforço nas inspeções para combater novas rachaduras encontradas em alguns componentes estruturais dentro das asas do superjumbo Airbus A380, segundo autoridades governamentais e da indústria aeronáutica.
A esperada diretriz da Agência Europeia de Segurança da Aviação (Aesa), que talvez seja anunciada nos próximos dias, marca a segunda vez nos últimos meses em que autoridades da indústria aérea e de vários governos concentram a atenção nas rachaduras dentro das asas do A380. A iniciativa mais recente destaca os programas de manutenção, em aperfeiçoamento, destinados a detectar e remediar questões estruturais, por vezes durante a introdução de novos modelos de aviões ou nos primeiros meses de uso.
Um porta-voz da Airbus, divisão da European Aeronautic Defence & Space Co., confirmou a descoberta de novas rachaduras em componentes da asa nos seus jatos superjumbo A380. Mas disse que as fissuras, que são distintas daquelas já encontradas em vários aviões, não afetam a segurança da aeronave de dois andares.
Todas as rachaduras foram encontradas nos suportes em forma de L que prendem o revestimento metálico das asas às barras estruturais dentro delas, disse o porta-voz Stefan Schaffrath. Ele acrescentou que a Airbus já criou, juntamente com a Aesa, um programa de inspeção e reparação da primeira categoria de rachaduras. Os reparos no segundo tipo são idênticos, segundo pessoas a par dos planos: consistem em substituir os suportes afetados. Os novos A380s atualmente em produção vão incorporar mudanças para resolver o problema, disse uma dessas pessoas.
As rachaduras iniciais, originadas em furos feitos para a fixação dos suportes, foram associadas a problemas de produção resultantes de uma combinação da liga metálica dos suportes e da maneira como eles são presos às barras que formam a estrutura. A causa do segundo tipo de fissura, que foi encontrado em outra parte dos suportes em dois A380, ainda não foi totalmente determinada, disseram as pessoas a par da situação.
Um porta-voz da Aesa disse que a agência, uma divisão da União Europeia, está em negociações com a Airbus sobre a questão. A Aesa pode emitir ordens oficiais às companhias aéreas, conhecidas como "diretivas de aeronavegabilidade", ainda nesta semana, disseram as pessoas a par da situação. Espera-se que órgãos reguladores de outros países sigam o exemplo da Aesa.
A rachaduras foram encontradas inicialmente nos suportes das asas durante inspeções de um A380 da australiana Qantas Airways Ltd. que sofreu uma explosão do motor em pleno ar após decolar de Cingapura, em novembro de 2010. Inspeções subsequentes encontraram rachaduras semelhantes em vários dos 68 superjumbos que hoje são operados por sete companhias aéreas.
A Airbus qualificou as rachaduras originais como "pequenas". As inspeções também detectaram o segundo tipo de fissuras, disse Schaffrath.
A fabricante havia orientado as companhias aéreas para inspecionar a primeira categoria de fissuras durante as grandes operações de controle e manutenção realizadas rotineiramente a cada quatro anos, e reparar as que forem encontradas. Agora a Airbus está debatendo com a Aesa se deve modificar essas instruções de modo a incorporar as descobertas mais recentes. Ainda não está claro qual será a frequência e a urgência de quaisquer novas inspeções.
Fonte: The Wall Street Journal Americas
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