Gustavo do Vale reconheceu o atraso do Aeroporto de Confins e disse, nesta terça, que usou o verbo tapear quando, na verdade, queria dizer etapear.
A infraestrutura de transportes que o Brasil precisa oferecer durante a Copa do Mundo vai ter lacunas. Seis terminais de passageiros dos aeroportos que passam por reformas só vão ficar prontos depois do mundial. E uma das situações mais críticas é a obra em Fortaleza.
O novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Fortaleza é uma construção com entulho e materiais amontoados. As estruturas metálicas estão enferrujadas. Entre canteiros alagados, estruturas se tornaram alvo de pichações. Poucos operários trabalham no local onde até pontes de embarque e desembarque, que sequer foram usadas, permanecem sob sol e chuva.
"Uma obra que teve, no mesmo período do ano passado, 800 trabalhadores e hoje se encontra, junto com a administração, 50 trabalhadores dentro do canteiro de obras", declara Arquimedes Fortes, coordenador de Fiscalização do Sindicato de Construção Civil.
A própria superintendência do aeroporto, em oficio entregue ao Ministério Público Federal, considera o consórcio "CPM Novo Fortaleza" despreparado para executar grandes obras públicas.
O procurador da República Alessander Sales recomendou à Infraero a rescisão imediata do contrato.
"Com este consorcio as obras não chegarão ao final, portanto, ou se retoma o andamento das obras neste momento ou então, com o passar do tempo esta obra pode entrar para a galeria das grandes obras inacabadas no país”, afirmou Alessander Sales, procurador da República.
Só na semana passada, faltando pouco mais de dois meses para a Copa do Mundo, outra empresa começou a construir um terminal provisório de passageiros que deve ficar pronto em 30 dias. A conclusão da obra, agora, ficou para fevereiro de 2017.
Em outros cinco aeroportos administrados pela Infraero em cidades que vão sediar o evento, o cronograma de reformas também foi dividido em antes e depois da Copa.
A situação é crítica em Porto Alegre. Na capital gaúcha, somente 1, 8% da obra no terminal de passageiros ficou pronta até fevereiro.
Todas as obras do aeroporto só serão concluídas em janeiro de 2016. Prometido para este mês, o terminal 3, do Aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teve apenas 41,7% das obras concluídas até fevereiro. Os passageiros dizem que os transtornos estão em todas as áreas.
“Banheiro, lugar de desembarque, embarque. Tudo. Não fez nada ainda. Eu viajo aqui sempre, parece que não mudou nada”, afirma Antônio de Jesus, gerente vendas.
Na segunda-feira (7), o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, reconheceu o atraso do Aeroporto de Confins e falou sobre as obras.
“ Eu gostaria de enfatizar que o aeroporto não tem essa questão da obra terminar e não se fazer mais nada, isso é uma coisa constante. Nós podemos, vamos dizer assim, tapear as obras de modo que você melhore a operacionalidade sem terminar ela como um todo. Você pode, em determinada área que está em obra, você isola aquela área, mas libera outras áreas em que as obras já terminaram de modo que, vamos dizer assim, o aeroporto como um todo não sofre nenhuma solução de continuidade dentro do processo”, declarou o presidente da Infraero.
Nesta terça-feira (8), o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, divulgou uma nota sobre essa declaração. Disse que usou o verbo tapear quando, na verdade, queria dizer etapear. É uma palavra sem registro nos nossos dicionários que, segundo ele, significa o acompanhamento das etapas das obras.
O Jornal Nacional foi ouvir o Governo Federal sobre os atrasos nas obras administradas pela Infraero.
"A Infraero tem autonomia, tem responsabilidade na condução da execução dessas obras. A empresa tem que ser punida, eu não tenho a menor dúvida disso, mas o sistema de punição tem que ser de tal maneira que não cause um dano pior para a população, que não é o atraso da obra, mas é a paralisação com ações na Justiça, com demandas que atrasam e dificultam cada vez mais", destaca Moreira Franco, ministro da Aviação Civil.
Fonte: JN (http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/04/presidente-da-infraero-reconhece-atraso-e-fala-em-tapear-obra.html)
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NOTA DE ESCLARECIMENTO (10/04/2014)
O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, lamenta que um erro de expressão cometido por ele em entrevista coletiva concedida ontem (07/04), após a assinatura do contrato de concessão do Aeroporto de Confins, utilizando o verbo “tapear”, quando queria dizer “etapear” (um neologismo usual no ambiente de acompanhamento de obras), para explicar as diversas etapas da reforma daquele aeródromo, tenha sido entendido por algumas pessoas como enganar e iludir.
Os próprios jornalistas que participavam da entrevista, ao notarem a completa desconexão entre o objeto da resposta e o verbo utilizado, corrigiram a fala do presidente, alguns até mesmo em tom de brincadeira. Ficou claro que o termo utilizado estava incorreto, foi corrigido, razão pela qual manifestamos surpresa pelo destaque dado por alguns veículos da imprensa ao termo mal utilizado.
Fonte: Assessoria de Imprensa - Infraero
Um comentário:
O Moreira Franco, o Gato Angorá, concorda que a INFRAZERO deve levar umas palmadas no trazeiro murcho, a que ponto chegamos na nossa Aviação. Já Fortaleza, o povo não merecia tamanho descaso, onde a administração concorda que a empresa(sic) de obras não dá conta do recado, mas, sempre um mas, eles , a INFRAZERO não dá desconto nas taxas de embarque, seguem com a politica de preços absurdos em aeroportos sucatas de "puxadinhos". Os paises mais corruptos do mundo, são aqueles em que há mais empresas públicas.O povo omisso cria , ajuda a engordar essas hienas.
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