A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), que reúne as companhias Avianca, Azul, Gol e Latam, divulgou hoje, em Brasília, o estudo "Voar por mais Brasil - os benefícios da aviação nos Estados", que mostra como a indústria do transporte aéreo no País ajuda as economias das unidades da federação, totalizando R$ 312 bilhões, ou 3,1% do PIB brasileiro (no mundo o percentual sobe para 3,5% do PIB mundial, mostrando que o Brasil está apenas um pouco abaixo da média).
Nesta conta estão os efeitos diretos da aviação na economia (o que as empresas aérea faturam e mesmo os negócios dos aeroportos) e também os chamados de indiretos (os fornecedores dessa indústria), induzidos (os gastos dos funcionários das aéreas e dos fornecedores que atendem a indústria), catalisadores (o consumo dos viajantes do transporte aéreo com hotelaria, mobilidade e outros serviços nos destinos) e os efeitos em outras indústrias (viabilizadas ou facilitadas pela aviação, como logística, comércio eletrônico e exportações). Somando tudo isso, chega-se aos R$ 312 bilhões, mas a Abear estima que o número global (de 3,5% do PIB mundial) poderia atingir 8% do PIB levando-se em conta "empregos e atividades viabilizados pelo transporte aéreo, o valor intrínseco da agilidade e conectividade da aviação e os efeitos no comércio e no Turismo doméstico dos países".
A aviação no Brasil gera, ainda, R$ 25,5 bilhões em impostos, 6,5 milhões de empregos e R$ 59,2 bilhões em salários. Mais uma vez nessa conta estão todos os efeitos citados anteriormente, ou seja, tudo o que a aviação brasileira toca, viabiliza, facilita e a ajuda a desenvolver, além do efeito mais imediato e óbvio de transporte de passageiros e cargas e a receita gerada por esse negócio.
Prestes a completar 90 anos em 2017, a aviação brasileira transportou 570 milhões de passageiros de 1927 a 2001 e 920 milhões de 2002, quando iniciou-se a liberdade tarifária, a 2015. Note-se que não são CPFs únicos e sim trechos voados, que são considerados um passageiro contabilizado. "A adesão do Brasil ao regime de liberdade tarifária, em 2002, permitiu ampliar a contribuição do transporte aéreo para o desenvolvimento nacional. Nos 10 anos seguintes o uso do avião tornou-se corriqueiro para muitas pessoas: o número de passageiros transportados a cada ano no Brasil passou de 30 para 100 milhões e o valor médio dos bilhetes domésticos caiu pela metade", disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, que encomendou o estudo à Go Associados, tendo como referência material similar da Oxford Economics.
"São informações inéditas, que podem ajudar gestores públicos e privados a entender melhor o negócio da aviação e seu brutal impacto em outros negócios. Para nós, esta é uma importante escala em nossa jornada. Nosso objetivo é mostrar à sociedade e a seus representantes que, quando a aviação brasileira tem seus fundamentos aproximados do ambiente internacional, quem ganha é o país, pois quem se beneficia são os consumidores brasileiros", continua Sanovicz, que já presidiu a Embratur, na apresentação do estudo.
TERCEIRO DOMÉSTICO
Hoje são 110 milhões de passageiros nacionais e internacionais, sendo que 103 milhões em companhias nacionais. O País tem 2,7 mil decolagens diárias, em 126 aeroportos, ou 3% do tráfego mundial. O mercado doméstico brasileiro é o terceiro maior do mundo, só perdendo para Estados Unidos e China e com números similares ao do Japão. Em viagens por habitante estamos em décimo lugar, com 0,47 viagem por pessoa, perdendo para Austrália (2,41), Estados Unidos (2,08), Canadá (1,27), Malásia (1,13), Reino Unido (0,91), Japão (0,74), Espanha (0,63), Turquia (0,56) e Itália (0,48). A média mundial é de 0,28 viagem por habitante.
ESTADO POR ESTADO (dados de 2015)
ACRE: o transporte aéreo gera 7,8 mil empregos e R$ 412 milhões para o Estado da região Norte. O índice de embarques anuais per capita é de 0,28 e o Estado totaliza 221,8 mil passageiros e 365 toneladas de carga por via aérea.
ALAGOAS: o número de empregos gerados pelo transporte aéreo chega a 42,7 mil, com R$ 2,2 bilhões de impacto na economia. A penetração do modal aéreo (viagens per capita) é de 0,29, com 961 mil passageiros e 457 toneladas de carga.
AMAPÁ: o aéreo gera 12,7 mil empregos e R$ 577 milhões em produção no Estado. São 324,7 mil passageiros e uma penetração de 0,42. A carga por via aérea chega a quase 400 toneladas.
AMAZONAS: o gigante do Norte totaliza 1,8 milhão de passageiros aéreos, que geram 75,3 mil empregos e R$ 4,6 bilhões em movimentação. A penetração também é alta, com 0,43 e o total de carga chega a 43,3 mil toneladas, mostrando a força da indústria no Estado, especialmente na Zona Franca.
BAHIA: o transporte aéreo geral R$ 14,1 bilhões em produção e 286,7 mil empregos. A penetração do aéreo é mais baixa que no Norte (3,7), com 5,8 milhões de passageiros e 16 mil toneladas de carga. São os maiores números do Nordeste brasileiro (em produção e geração de empregos).
CEARÁ: o Estado recebe da aviação 217 mil empregos e R$ 10,2 bilhões em movimentação econômica. São 3,3 milhões de passageiros por ano, com penetração de 0,36 e 24 mil toneladas de carga.
DISTRITO FEDERAL: aqui o transporte aéreo tem uma de suas maiores forças, com 736,9 mil empregos e R$ 30,8 bilhões em produção. O número anual de passageiros aéreos é de quase dez milhões (9,7 milhões), com penetração de 3,19 e volume de cargas de 36,3 mil toneladas.
ESPÍRITO SANTO: os números são os menores do Sudeste, com R$ 3,6 bilhões em produção e 76,8 mil empregos gerados e apoiados. O número de passageiros chega a 1,7 milhão e a penetração é de 0,43, um pouco abaixo da média nacional (0,47).
GOIÁS: o volume de negócios é similar ao do Espírito Santo, com R$ 3,6 bilhões, com 81,2 mil empregos gerados. A penetração do modal aéreo (embarques anuais per capita) é baixa (0,25) e o número de passageiros chega a 1,7 milhão. O volume de cargas é de 3,5 mil toneladas.
MARANHÃO: o transporte aéreo gera R$ 2,6 bilhões para o Estado e 52 mil empregos. A penetração é uma das mais baixas do País, 0,14, mostrando o pouco uso da aviação pelos habitantes, e a pouca relevância do Turismo no Estado. O número de passageiros não chega a um milhão (996 mil) e volume de cargas é de 2,8 mil toneladas.
MATO GROSSO: R$ 3,4 milhões em produção e 61,6 mil empregos gerados. São 1,8 milhão de passageiros por ano e penetração alta, de 0,55, maior que a média nacional. O volume de cargas é de 5,4 mil toneladas.
MATO GROSSO DO SUL: o Estado perde para seu concorrente direto, com 48,8 mil empregos gerados pelo transporte aéreo, que movimenta a economia do Estado com R$ 2,1 bilhões. A penetração é de 0,34 e o número de passageiros baixo: 890 mil. Cargas aéreas movimentam 1,6 mil toneladas.
MINAS GERAIS: um dos maiores Estados brasileiros, esperava-se mais dos mineiros, que somam 329,3 mil empregos gerados pela aviação e R$ 15,3 bilhões em riquezas, com penetração abaixo da média, 0,31. O total de passageiros é de 6,6 milhões e o de cargas 11 mil toneladas.
PARÁ: 97 mil empregos gerados pelo transporte aéreo e R$ 5,3 bilhões, com penetração baixa de 0,31. São 2,6 milhões de passageiros e 15,4 mil toneladas de carga por ano.
PARAÍBA: apenas 41,7 mil empregos gerados, com R$ 2 bilhões em produção. A penetração do transporte aéreo é de apenas 0,19, o que prejudica o Turismo no Estado. São 768 mil passageiros e 857 toneladas de carga.
PARANÁ: o transporte aéreo gera 234 mil empregos e R$ 11,2 bilhões no Estado que é a quinta economia brasileira. A produção per capita é maior que a média nacional, 0,49, e o Estado responde por 6,6% do emissivo do Brasil. São 5,6 milhões de passageiros e 11,9 mil toneladas de cargas.
PERNAMBUCO: 216 mil empregos e R$ 10,6 bilhões em produção gerada pelo transporte aéreo. A penetração está abaixo da média nacional, 0,39 embarques anuais per capita), com 3,8 milhões de passageiros e 24 mil toneladas de carga.
PIAUÍ: 25 mil empregos e R$ 1,3 bilhão em produção. A penetração do transporte aéreo é de apenas 0,18, uma das menores do País. São 586 mil passageiros e 798 toneladas de carga.
RIO DE JANEIRO: o Estado recebe quase um milhão de empregos da aviação (989 mil) e R$ 45,8 bilhões em produção. A penetração é alta: 0,67, com 13 milhões de passageiros e 50 mil toneladas de carga. O Estado responde por 10,1% do fluxo aéreo interestadual emissivo e 9,5% do receptivo. O receptivo internacional responde por 31% do total do Brasil.
RIO GRANDE DO NORTE: o transporte aéreo gera 67,8 mil empregos e R$ 3,4 bilhões em produção no Estado. A penetração é de 0,36, com 1,3 milhão de passageiros por ano e 6,9 mil toneladas de carga.
RIO GRANDE DO SUL: 191,5 mil gaúchos (incluindo os de coração) são empregados pela aviação, com R$ 9,6 bilhões de passageiros. São 4,2 milhões de passageiros e 12,7 mil toneladas de carga, com penetração de 0,36.
RONDÔNIA: penetração de 0,30 no transporte aéreo, que gera 20,9 mil empregos e R$ 1,1 bilhão em negócios. São 535 mil passageiros e 1,8 mil toneladas de carga.
RORAIMA: penetração um pouco maior que Rondônia, com 0,33, mas números bem menores em geral. O transporte aéreo gera 3,6 mil empregos e R$ 219 milhões em produção. O número de passageiros aéreos é de 167 mil e 121 toneladas de carga são transportada por via aérea anualmente.
SANTA CATARINA: o transporte aéreo gera 140,8 mil empregos e R$ 6,4 bilhões em produção no Estado do Sul, que tem uma penetração alta, mas ainda abaixo da média nacional, 0,43. São três milhões de passageiros e 4,3 mil toneladas de carga transportada.
SÃO PAULO: como esperado, são números que assustam, com 2,4 milhões de empregos gerados e R$ 120 bilhões em produção. A penetração é de 0,62 (menor que a do Rio) e o número de passageiros é de 34,4 milhões (quase três vezes o total do Rio e 32% do total nacional). O volume de cargas é de impressionantes 351 mil toneladas.
SERGIPE: 24,5 mil empregos e R$ 1,3 bilhão de impacto do transporte aéreo. A penetração é de 0,28 e o Estado tem 617 mil passageiros anuais e 517 toneladas de carga.
TOCANTINS: o transporte aéreo gera 13,9 mil empregos e R$ 647 milhões em produção. A penetração é de 0,23, com 355 mil passageiros e 832 toneladas de carga.
(O Portal PANROTAS viaja a convite da Abear e do hotel Royal Tulip Brasília Alvorada)
Fonte: http://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/aviacao/2016/11/qual-impacto-da-aviac-atildeo-no-seu-estado-saiba-agora_141463.html
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