Mãe, pai e criança receberam várias indenizações da companhia aérea Delta por causa de voo lotado de Nova York para a Flórida; entenda o caso
No último domingo (9), um homem foi arrastado violentamente para fora de uma aeronave da United Airlines após se recusar a deixar seu assento por causa de um overbooking (inconveniente que acontece quando a companhia aérea vende mais passagens do que o número de lugares disponíveis no avião).
No mesmo fim de semana, a jornalista Laura Begley Bloom também teve que enfrentar um overbooking nos Estados Unidos, mas o desfecho de sua história foi diferente: ela e sua família ganharam US$ 11 mil da companhia Delta Air Lines para abrir mão de seus assentos em voos superlotados.
Bloom descreveu assim sua experiência no site da Forbes, onde ela tem uma coluna: “na última semana, a Delta enfrentou atrasos épicos depois que tempestades sem precedentes causaram o cancelamento de milhares de voos. Mas e eu minha família acabamos por lucrar com o infortúnio da empresa. Ganhamos US$ 11 mil (cerca de R$ 35 mil)”.
Bloom conta que iria viajar de Delta entre Nova York e a Flórida com seu marido e sua filha pequena. Quando chegaram ao aeroporto, souberam que, devido aos cancelamentos de voos e à necessidade de realocação de passageiros, sua aeronave estava com problema de overbooking.
Segundo ela, a Delta começou a oferecer dinheiro para quem quisesse abrir mão de seu lugar naquele voo. Primeiro, a empresa propôs pagar US$ 900 em cupons de compra por passageiro que aceitasse ser realocado em outro avião.
“Meu marido foi até um funcionário da empresa e falou que aceitava ficar fora daquela aeronave por US$ 1.500 por cabeça. Fechamos negócio por US$ 1.350 para cada um de nós três”, relata Bloom, para depois contar que eles ainda poderiam ter conseguido quartos de hotel gratuitos (pois foram alocados para um voo no dia seguinte), mas não quiseram porque moram a dez minutos do aeroporto nova-iorquino de LaGuardia, onde tudo isso aconteceu. Eles deixaram o local com US$ 4.050 em cupons de compra (válidos para grandes lojas americanas como Macy’s e Target) em mãos.
E eles ainda ganharam mais
A questão é que, no outro dia, a jornalista e sua família viram que novamente havia atrasos e superlotações de voos – e, novamente, a Delta estava oferecendo dinheiro (em forma de cupons de compra) para quem se dispusesse a abrir mão de seus assentos.
“Nós aceitamos e, mais uma vez, ganhamos quase US$ 4.000 naquele dia. Eu me senti um pouco culpada por me aproveitar da situação, mas alguns passageiros falaram que nós estávamos cedendo nossos assentos para pessoas que realmente precisavam viajar. Muitos nos agradeceram”.
Bloom e sua família esperaram para ver em qual voo poderiam ser realocados, mas, então, chegaram notícias de que não havia assentos disponíveis até a terça-feira (11 de abril) – e isso era ainda no sábado (8 de abril). “Nós já estávamos cansados da situação e propusemos para a Delta que cancelasse nossa viagem. Eles aceitaram e nos pagaram, como compensação, mais US$ 1 mil por pessoa.
“Não podemos reclamar. Perdemos nosso passeio até a Flórida, mas ganhamos US$ 11 mil. Mas muita gente não se saiu tão bem da situação: houve gente que, por conta do overbooking, perdeu casamentos e funerais. Nenhum dinheiro do mundo pode compensar isso”.
Reembolso por overbooking: é normal?
Nem sempre as companhias aéreas nos Estados Unidos dão compensação em dinheiro em casos de atraso ou superlotação. Viagens com menos de uma hora de atraso, por exemplo, não geram compensação para os viajantes. Mas, se em caso de overbooking, a empresa buscar voluntários para abrir mão de seus assentos, você pode negociar o valor do pagamento, como fez a jornalista Laura Begley Bloom.
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, “nos casos de atraso e cancelamento de voo e preterição de embarque (embarque não realizado por motivo de segurança operacional, troca de aeronave, overbooking etc.), o passageiro que comparecer para embarque tem direito à assistência material, que envolve comunicação, alimentação e acomodação.”
Veja os detalhes abaixo das regras vigentes no Brasil sobre overbooking:
A partir de 1 hora de atraso: direito a comunicação (internet, telefonemas, etc).
A partir de 2 horas: direito a alimentação (voucher, lanche, bebidas, etc).
A partir de 4 horas: direito a acomodação ou hospedagem (se for o caso) e transporte do aeroporto ao local de acomodação. Se você estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e desta para o aeroporto.
Se o atraso for superior a 4 horas (ou a empresa já tenha a estimativa de que o voo atrasará esse tempo), ou houver cancelamento de voo ou preterição de embarque, a empresa aérea deverá oferecer ao passageiro, além da assistência material, opções de reacomodação ou reembolso.
Fonte: http://viagemeturismo.abril.com.br/materias/delta-paga-r-35-mil-para-familia-desistir-de-voos-nos-eua/
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