O mercado aéreo está em transformação. Mais
especificamente, seus métodos de venda, distribuição e precificação estão.
Oferecer apenas uma tarifa total, que o viajante pode pegar ou largar, não é
mais suficiente: a nova era da aviação é dominada pela personalização da
compra, com fragmentação de seus produtos resultando no empoderamento do
cliente através da escolha.
Isso aumentará a competitividade a
companhia que melhor se adaptar ao novo tipo de consumidor com a possibilidade
de customizar sua compra como bem entender.
Essas são algumas das conclusões de um
relatório realizado pela Amadeus em conjunto com o Skift, após questionar
líderes de companhias do mundo todo e especialistas de fora de nossa indústria,
para descobrir insights que possam ser utilizados no segmento aéreo.
"Esse salto, já em andamento, engloba
a criação orientada por dados, a precificação, a colocação e a promoção de
ofertas personalizadas relacionadas a voos de companhias aéreas", explica
a diretora de Soluções de Ofertas da Amadeus, Meg O'Keefe.
BOM PARA AS AÉREAS, BOM PARA OS CLIENTES
Segundo o relatório, por ofertas
personalizadas se entende que as companhias aéreas podem, de forma inteligente,
precificar, posicionar e promover seus produtos e serviços, para que essas
ofertas tenham maior probabilidade de atender necessidades individualizadas do
cliente.
Caso isso seja bem feito, pode ser benéfico
para clientes e companhias aéreas ao mesmo tempo, mesmo que isso possa parecer
um pouco contraditório. Os viajantes se beneficiam do preço que mais se ajusta
ao seu perfil: eles têm mais opções e podem ver e entender essas escolhas mais
facilmente - de que tipos de produtos quer ou não quer que sejam incluídos na
compra. Isso leva, consequentemente, a uma maior satisfação de suas verdadeiras
necessidades, mais poder para fazer escolhas e maior clareza sobre as ofertas que
eles veem e o valor que pagam por cada serviço.
A adoção de ofertas personalizadas poderia
também reverter, ou pelo menos reduzir, uma tendência de décadas de
"comodismo" dos clientes no setor aéreo, principalmente no Brasil: a
percepção de que todas as companhias aéreas oferecem serviços idênticos, e a
questão na hora da escolha é apenas o preço. Com uma oferta mais clara para os
clientes, descrevendo melhor o que realmente está incluído, a aérea pode contar
com uma maior exclusividade em seus produtos, um diferencial que vai além do
preço.
Já as companhias podem, enfim, se
beneficiar do aumento de receita: mais da metade (55%) dos executivos de
empresas aéreas entrevistadas para o relatório espera uma alta de faturamento
com passageiros de ao menos 15% com a cobrança dos serviços auxiliares -
bagagens, marcação de assento, alimentação... Tática muito bem aderida pelas
low costs, que se beneficiam disso para oferecer preços de bilhete abaixo do
mercado.
"As companhias aéreas estão começando
a se movimentar em direção a uma interação entre gerenciamento de receita,
receita auxiliar e análise de clientes. As companhias aéreas que podem integrar
esses três componentes em um modelo unificado terão uma clara vantagem
competitiva no futuro".
HETEROGENEIDADE: NÃO HÁ APENAS UM PERFIL DE
CLIENTE
"'O cliente' não existe. Porque todo
cliente é diferente. Empresas centradas no seu passageiro reconhecem a
heterogeneidade entre eles, e mais do que isso, celebram as diferenças, porque
entendem que elas nos oferecem oportunidade."
A frase do professor de marketing da
Universidade da Pensilvânia, Peter Fader, resume a avaliação que o relatório
faz do cliente: eles têm perfis diferentes, e devem ser tratados como tal. Daí
a importância, segundo a Amadeus, da tecnologia de big data: ela permite às
companhias aéreas adotar essas diferenças e particularidades na hora da venda,
e ir além da vaga distinção de passageiros de “negócios ou lazer” utilizado no
passado.
Com informações sobre as preferências dos
clientes, a customização de sua compra se torna muito mais fácil, e o fato da
aérea oferecer o que o passageiro quer resulta, enfim, em maior probabilidade
de fidelização.
"As companhias aéreas estão começando
a se movimentar em direção a uma interação entre gerenciamento de receita,
receita auxiliar e análise de clientes. As empresas que conseguirem integrar
esses três componentes em um modelo unificado terão uma clara vantagem
competitiva no futuro", concluiu o engenheiro de Dados da Planitas Airline
Systems, Michael Farrugia.
https://www.panrotas.com.br/aviacao/pesquisas-e-estatisticas/2018/09/saiba-por-que-ofertas-personalizadas-sao-o-futuro-da-aviacao_158891.html
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