Relatório sobre acidente com voo Rio-Paris
tende a isentar Airbus
Nove anos após o acidente com o voo da Air France
Rio-Paris, o relatório definitivo dos especialistas judiciais tende a isentar a
Airbus e a responsabilizar os pilotos pela tragédia, o que está provocando
indignação entre os familiares das vítimas.
As conclusões do relatório, divulgado no dia 24 de
setembro e ao qual a AFP teve acesso, foram enviadas aos juízes de instrução da
vara de acidentes coletivos em Paris, na qual Air France e Airbus são
investigadas por "homicídio culposo".
O relatório definitivo confirma em grande parte a
versão provisória, divulgada em dezembro de 2017, que já havia provocado
indignação nos familiares das vítimas.
Em 1º de junho de 2009, a aeronave que fazia o voo AF447
caiu no Oceano Atlântico, matando as 228 pessoas a bordo. O ponto de partida da
catástrofe: o congelamento das sondas Pitot, que provocaram uma perda de
parâmetros de velocidade do Airbus A330 e desorientaram os pilotos.
O relatório final reafirma que a "causa
direta" do acidente foi "resultado das ações inadequadas da pilotagem
manual" da tripulação.
"A pilotagem manual foi imposta após a desconexão
do piloto automático devido ao congelamento momentâneo das sondas"
(Pitot), concluíram três especialistas, mantendo a versão inicial e
acrescentando o termo "momentâneo".
Novo relatório aponta para falha humana em acidente da
Air France em 2009
Acidente com o Airbus da Air France que caiu no meio
do Oceano Atlântico quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, causando a morte
dos 228 passageiros
Paris – O acidente com o Airbus da Air
France, no dia 1º de junho de 2009, que caiu no meio do Oceano Atlântico quando
fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, causando a morte dos 228 ocupantes do avião,
deveu-se essencialmente por conta de um erro de pilotagem, segundo os
responsáveis por uma segunda perícia entregue para a Justiça francesa.
De acordo com os peritos, “ações
inadequadas no controle manual” da tripulação fizeram com que o Airbus A330 da
companhia francesa caísse no mar.
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No relatório, que foi entregue ao juiz no
dia 24 de setembro, e cujo conteúdo foi revelado por uma associação de familiares
das vítimas, coloca em segundo plano as responsabilidades da Air France e
especialmente da Airbus, fabricante do avião, ambas indiciadas por homicídio
culposo.
O elemento que esteve na origem do acidente
foi o congelamento das sondas no exterior da aeronave, o que levou a indicações
erradas sobre a velocidade. Uma série de incidentes técnicos e humanos levou o
avião a cair no oceano.
Segundo os peritos, “a causa direta do
acidente é a perda de controle da trajetória do avião pela tripulação de voo”,
em referência aos dois copilotos, um dos quais – o comandante – estava ausente
da cabine naquele momento.
Outras “causas indiretas” são atribuídas a
Air France por deficiência na formação e informação de seus funcionários,
particularmente a falta de treinamento na pilotagem em alta altitude e no
gerenciamento de incidentes sobre indicações errôneas de velocidade.
No que diz respeito a Airbus, os peritos
assinalam a “ambiguidade da classificação do procedimento STALL” sobre o alarme
devido a uma súbita perda de altura do avião, embora também ressaltem que isso
foi “validado” pela Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) francesa.
As famílias, segundo o jornal francês “Le
Parisien”, mostraram uma certa incompreensão com estas novas conclusões que
exoneram ou limitam a responsabilidade da Airbus e gostariam de questionar seus
autores, observando que há contradições com uma perícia anterior. Por isso
acreditam que um processo público é necessário.
https://exame.abril.com.br/mundo/novo-relatorio-aponta-para-falha-humana-em-acidente-da-air-france-em-2009/
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