17.3.17

Construtoras brasileiras ficam de fora, mas miram obras

Esse foi o primeiro leilão de aeroportos sem a presença de empresas brasileiras nos consórcios, mas pode ser por pouco tempo. A Primav, veículo de investimentos da família dona do grupo construtor CR Almeida, estuda a possibilidade de investir no setor, junto com a alemã Fraport, que arrematou os aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre. Além disso, grupos nacionais devem se beneficiar da demanda futura a ser gerada pelo leilão.

A Primav assessorou a alemã na fase de estudos. Nas rodadas passadas, a controlada da Primav, a EcoRodovias, grupo de concessões de infraestrutura, fez dobradinha com a Fraport pelo Galeão (RJ) e por Guarulhos. O consórcio, contudo, terminou em segundo lugar, frustrando a entrada da europeia no país via mercado primário.

Dessa vez, a EcoRodovias, agora mais focada em concessões rodoviárias, seu negócio principal, não  entrou na disputa. Coube à controladora Primav o papel de assessoria do parceiro alemão, mas na retaguarda.

O presidente da Primav, Marco Antonio Cassou, estava na BM&F Bovespa ontem. Além de uma possível parceria futura no negócio, há possibilidade de o grupo prestar serviço de obras para construção e modernização dos terminais arrematados pela Fraport, via a CR Obras. "Temos interesse, mas não há nada definido", disse ao Valor.

A Construtora Queiroz Galvão deve repetir a mesma parceria com a francesa Vinci. O operador internacional ficou com o terminal de Salvador, que vai exigir investimentos de R$ 2,35 bilhões. A empreiteira brasileira está em negociações, desde antes do leilão, para assumir toda a parte de obras civis dos ativos que a estrangeira levasse no certame.

A expectativa é de que a partir do ano que vem o leilão de aeroportos de ontem comece a gerar demanda para toda a cadeia fornecedora de obras públicas. Isso inclui fabricantes de máquinas e equipamentos e materiais para construção pesada.

Fonte: Valor Econômico

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