A fábrica nos EUA incluiria a montagem do
KC-390, um dos projetos mais promissores da empresa brasileira
A negociação de uma joint venture na área de
defesa entre as fabricantes de avião Embraer e Boeing incluirá a instalação de
uma linha de montagem nos Estados Unidos do cargueiro militar KC-390, um dos
projetos mais promissores da empresa brasileira. A informação foi antecipada
pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Ao contrário da parceria entre as empresas
na área de aviação comercial - anunciada em julho -, a joint venture no setor
de defesa terá a Embraer como sócia controladora. A participação exata da
brasileira no negócio ainda não foi definida. A fábrica da Embraer em Gavião
Peixoto (SP), onde o KC-390 vem sendo desenvolvido, deverá ser mantida e ficará
de fora do acordo.
Nos Estados Unidos, a cidade em que a
unidade fabril será instalada ainda não foi definida e há conversas em andamento
com governos de Estados para obtenção de isenções fiscais.
Com essa fábrica fora do Brasil e com a
joint venture, o KC-390 poderá ser vendido diretamente ao governo americano.
Hoje, para a Embraer comercializar a aeronave militar Super Tucano com Washington,
a negociação precisa ser feita via a empresa americana Sierra Nevada.
A parceria na área militar permitirá ainda
que a Embraer venda a aeronave para países aliados do governo americano no
programa Foreign Military Sales, que facilita a comercialização de equipamentos
de defesa americanos. Coreia do Sul e Cingapura, por exemplo, estão entre os
parceiros no programa. O KC-390 é o maior avião já desenvolvido no Brasil. A
Força Aérea Brasileira (FAB) já encomendou 28 aeronaves, no valor de US$ 7,2 bilhões,
a serem entregues nos próximos 12 anos - a primeira no ano que vem.
Procurada, a Embraer afirmou em nota que a
produção do KC-390 será mantida em Gavião Peixoto. Já a Boeing não quis se
pronunciar.
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