Com seu primeiro pouso no Brasil em 1992 os McDonnell-Douglas MD-11 foram durante 16 anos o trunfo da salvação para a VARIG, Vasp, Tam e VRG levando o Brasil ao patamar de principal cliente dos MD-11 (versão passageiro) que a Boeing/McDonnell-Douglas já teve.
A Varig já visava por volta de 1985 a encomenda de aeronaves mais modernas para substituir seus antigos 707 e DC-10 que voavam para a Europa, América do Norte e Ásia a pelo menos uma decada. Em 30 de Dezembro de 1986 o grande trirreator intercontinental norte-americano chegou ao mercado mundial e é claro às rápidas encomendas das colossais concorrentes mortais Vasp e VARIG. Em Novembro de 1991 o primeiro MD-11 (PP-SOW) chega ao Brasil nas cores da VARIG, no mês seguinte já era possível ver o PP-SOZ em solo brasileiro. Ambos configurados para 271 passageiros em três classes oferecendo maior conforto que sua concorrente Vasp (que detinha mais destinos internacionais) que havia em seus MD-11 a lotação máxima de 283 passageiros.
VARIG E SEUS MD-11 EM 1993 - 6 aeronaves - Voos diários do Brasil (Rio e São Paulo, entre outras localidades) para Paris prosseguindo viagem duas vezes por semana para Roma e uma vez por semana para Zurich.
VARIG E SEUS MD-11 EM 1998 - 12 aeronaves - Voos diários do Brasil para Amesterdã, Bangkok, Buenos Aires, Frankfurt, Compenhagem, Hong Kong, Johannesburgo, Londres, Milão, Roma, Paris e Nova York.
Em 2000 com a concorrência vermelha, o congelamento de tarifas, ocorrido em 1990, preços do petroleo e mudanças no mercado internacional, a VASP e a VARIG entraram em uma profunda depressão financeira da qual nunca mais sairiam. A VASP muda a configuração de seus MD-11 de 283 passageiros para 375 passageiros enquanto a VARIG altera de 271 para 283 passageiros. Essa atitude adotada pela VASP foi uma espécie de suicídio pois a companhia operava 13 destinos com seus MD-11 exclusivamente enquanto a VARIG operava 11 destinos com o MD-11 sendo alguns deles compartilhados com os 767. Com o aumento exessivo das poltronas na VASP os passageiros começaram lentamente a migrar da VASP para companhias aéreas internacionais e, é claro, para a VARIG. Sem dinheiro mais para nada a VASP encerra suas atividades em terras descontínuas ao nosso território ainda no mesmo ano. A partir de então restava apenas a VARIG e a vermelha pimenta como companhias bandeiras no exterior.
Ainda em 2000 a companhia aérea mais querida do Brasil arrenda 3 aeronaves da VASP para compor sua frota. Foram elas o PP-SOW, PP-SOZ e PP-SFD, que voariam até maio de 2004 na VARIG. #Curiosidade o PP-SFD, encomendado originalmente pela VASP, foi o único MD-11 no mundo a passar por 4 companhias aéreas em menos de 10 anos. PP-SFD - VASP (1996-2000) # PP-VQX - VARIG (2000-2006) # PP-MSJ - TAM - (2006-2009) # N573FE - FedEx (2009-Atual)#.
A bagunça imposta pela sua administração na VARIG era visível em 2004 quando a companhia brasileira além de estar a beira de um colapso total arrendou mais 4 MD-11 da Swissair. Vantagens do arrendamento: Mais aeronaves para compor a frota. Desvantagens do arrendamento: os MD-11 são aeronaves que consomem muito combustível, portanto não indicado para empresas como a VARIG em 2004. Além do mais, todas as aeroanves MD-11 que a VARIG tinha em sua frota voavam com motores General Eletric GE CF6-80C2D que eram mais baratos, consumiam menos e sua manutenção era sempre tranquila, sem problemas. Mas as aeronaves arrendadas da Swissair tinham motores Pratt & Whitney PW 4460, ou seja era o caos quando uma aeronave MD-11 ia para a manutenção. Motores diferentes = Equipe, cuidados e peças diferentes.
O fim passivo dos MD-11 da VARIG chegou em 2006 quando a empresa foi leiloada em Julho daquele ano. Alguns MD-11 foram para a Variglog, outros foram sucateados no deserto do Arizona, EUA, outros foram para a TAM e alguns poucos encaminhados à VRG. Entra agora a 5ª e última empresa aérea brasileira à voar com os MD-11. Todos sabemos que a VRG é o resultante positivo do leilão da VARIG ocorrido em 2006 e portanto uma empresa diferente da Pioneira. A VRG Linhas Aéreas utilizou o MD-11 durante a administração do Grupo Matlin Petterson (controlador da Variglog) entre 2006 e 2008. O último voo nas cores azul e branca da empresa VRG foi na rota Paris-São Paulo(GRU) no voo RG 8741 do dia 7 de Junho de 2007.
A aeronave que fazia este último trecho foi o PP-VQG que em 2008 foi o último MD-11 variguiano a ser repassado à outra companhia aérea, no caso a Aeroflot da Rússia. Hoje o PP-VQG ainda voa em solo russo nas cores da Aeroflot e ostentando o prefixo VP-BDR.
Fonte: Blog Rodrigo Varig
3 comentários:
a TAM voou muito tempo com os MD 11 ?
Gostaria de ver mais posts sobre a Varig e sobre o resgate da aviação nacional.
O 1o MD11 a chegar no Brasil foi o PP-VOP da Varig em 1991. O PP-SOW foi o 1a MD11 da VASP entregue em 1992.
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