A Trip Linhas Aéreas e a Total Linhas Aéreas, as duas maiores empresas de aviação regional do País, anunciaram ontem a incorporação da operação de passageiros da Total pela Trip.
A incorporação, que depende da aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), cria uma empresa de R$ 310 milhões em receita já em 2008.Os valores envolvidos no negócio não foram revelados. Ao final do processo, os donos da Total, presidida por Alfredo Meister, terão 10% do capital da Trip, empresa pertencente aos grupos Águia Branca e Caprioli. Além da fatia acionária, os sócios da Total receberão parte do pagamento em dinheiro.Juntas, as duas empresas passarão a atender 63 cidades, transportando de 50 mil a 60 mil passageiros por mês. As malhas das duas companhias se complementam e abrangem o Sudeste, Norte e Centro-Oeste do País. "Vamos nos transformar na maior companhia regional da América do Sul", afirma o presidente da Trip, Luiz Mário Caprioli, que planeja atender 70 municípios já no início de 2008.
A nova empresa fechará 2008 com uma frota de 20 turboélices ATR, incluindo aviões que a Trip receberá de uma encomenda de US$ 200 milhões, envolvendo 14 ATRs, feita no início do ano.A Trip é uma das mais bem estruturadas empresas de aviação regional do País e vinha experimentando um crescimento de 40% ao ano nos últimos três anos. "As duas companhias passam por momentos muito felizes, com alta ocupação e dinheiro em caixa", diz Caprioli. "Não é uma junção de desesperados." Cada companhia possui 0,6% de participação no mercado doméstico brasileiro, de acordo com dados da Anac referentes a outubro. Mas como o indicador leva em conta o número de passageiros transportados por quilômetro e o percurso na aviação regional é menor, em números de embarques a fatia de mercado das duas cresce.
Caprioli, que trabalha para abrir o capital da Trip em 2009, tem um plano de negócios muito claro para a companhia. "Não queremos ser a terceira via do duopólio (TAM e Gol)", diz. "Queremos liderar a aviação regional, sempre com aviões de menos de 100 lugares, complementando e alimentando a malha das grandes companhias." Caprioli dá o exemplo da Skywest, uma potência regional nos Estados Unidos. "As grandes necessitam e dependem dessa força de capilarização. Cada empresa tem seu nicho, não dá para ser bom em tudo." O nicho da Trip/Total será atender destinos de baixa e média densidade, com aviões de 50 a 90 lugares. "Com uma frota de 20 aviões, eu ganho escala e consigo oferecer tarifas bastante competitivas na aviação regional."
A empresa pensa grande e faz planos para crescer no Cone Sul. "As ligações transfronteiriças são praticamente inexistentes no Brasil", diz. "Queremos voar do oeste do País para uma não-capital da Argentina, Paraguai e Uruguai. Esse é um projeto para um horizonte de um ano." A incorporação da Total envolve frota (7 aviões ATR), funcionários e a marca Total. Alfredo Meister ficará com o CNPJ e a concessão (cheta) da Total, que se dedicará exclusivamente ao transporte de cargas.Num primeiro momento, as duas marcas serão preservadas. "As duas marcas são fortes, por isso decidimos mantê-las inicialmente. Mas a idéia é contratar uma consultoria de marca para avaliar o que fazer, se devemos usar os dois nomes ou ficar com um só."
Fonte: Último Segundo
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