Bombeiros vasculham hoje o local onde caiu o avião acidentado nesta quarta-feira no aeroporto de Barajas, em Madri - em acidente no qual morreram 153 pessoas -, em busca de restos mortais de duas pessoas que seguem desaparecidas.
Um porta-voz do serviço de emergências de Madri informou à Agência Efe que os trabalhos começaram com as primeiras luzes do dia, no declive no qual caiu o MD-82 da companhia aérea Spanair segundos após decolar do aeroporto madrilenho de Barajas.
Os bombeiros voltaram a rastrear o local do acidente, reviraram e movimentaram partes da fuselagem do aparelho para tratar de localizar restos das pessoas ainda desaparecidas.
As caixas-pretas da aeronave, que registram a atividade dos instrumentos e as conversas na cabine de comando, foram localizadas poucas horas depois do acidente e serão o principal elemento de investigação da tragédia.
Um juizado de Madri assumiu a liderança da investigação e das operações de traslado dos 153 corpos a um local próximo ao aeroporto para que pudessem ser realizadas as autópsias e identificações dos mortos.
O sindicato de pilotos Sepla, o maior do país, pôs à disposição das autoridades seu departamento técnico e de segurança para ajudar na investigação do acidente.
Em comunicado, o Sepla ofereceu "o conhecimento e a qualificação profissional" de seus "especialistas para esclarecer em profundidade todas as causas que possam ter levado a uma das maiores tragédias aéreas" da história recente da Espanha.
O sindicato, que reúne quase todos os pilotos espanhóis, pediu prudência para evitar a proliferação "de hipóteses errôneas que venham a prejudicar o adequado esclarecimento dos fatos".
O diretor para a área de segurança do Colégio Oficial de Pilotos da Aviação Comercial (Copac) da Espanha, Francisco Cruz, apontou à Efe outros possíveis erros nos instrumentos do avião como causa da catástrofe.
Segundo Cruz, "não é lógico que com uma falha do motor o avião caia". "Deve haver algo mais", uma possibilidade que "pode corresponder a problemas nos sistemas hidráulicos ou elétricos", completou.
Cruz advertiu que "pode demorar meses e até um ano para que as causas do acidente sejam conhecidas", e que por isso também aconselha cuidado na hora de se tirar conclusões.
O acidente ocorreu durante a decolagem, em uma manobra que os pilotos "treinam muito nos simuladores", sobretudo em meio à possibilidade de ter uma falha em um dos motores, assegurou.
O modelo MD-82 é considerado muito seguro, segundo Cruz, que afirmou que se as companhias aéreas o estão retirando do mercado isso não quer dizer que o mesmo esteja obsoleto.
Pode ser porque "consomem muito combustível", cerca de 25% a mais que um avião de nova geração, acrescentou.
O aeroporto de Barajas, de onde saiu o avião acidentado, voltou nas últimas horas à normalidade, segundo disseram à Efe responsáveis aeroportuários, que acrescentaram que os vôos da Spanair também operam com regularidade. EFE
Fonte: Estado de SP
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