22.8.08

Nordeste voltará a voar no Brasil

Com o nome fantasia Flex, empresa, em recuperação judicial, consegue autorização para vôos regionais

Os brasileiros voltam a ter mais uma opção de companhia aérea para vôos regionais. Ontem, foi publicada no Diário Oficial da União a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a Nordeste Linhas aéreas S.A, que adotou o nome fantasia Flex e que está em recuperação judicial, a voltar a prestar o serviço público de transporte aéreo não-regular de passageiros, cargas e mala postal. A empresa terá de andar na linha, ou seja, “está obrigada a manter-se adimplente com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com a Fazenda Nacional e com as demais obrigações legais pertinentes”.

A Anac não informou quais rotas voltarão a ser oferecidas pela Nordeste. Mas a decisão entrou em vigor ontem, na data da publicação da autorização. Em outra decisão, a Anac também liberou a Korean Air Lines, coreana, a também operar serviços aéreos regulares de passageiros, carga e mala postal em território brasileiro.

Para a diretora de projetos e análise de Mercados da All Consulting, Simone Escudero, a volta da Nordeste Linhas aéreas ao mercado, em um primeiro momento, não deve representar reflexos expressivos. “O turismo está aquecido e, com boa ocupação dos vôos, as margens não ficam comprometidas.” Mas ela lembra que para o próximo ano também está previsto o início de operações da Azul, que deve chegar para aumentar ainda mais a acirrada concorrência por passageiros. “Em todos os sentidos, quem tende a ganhar é o consumidor, que vai ter mais uma opção de escolha, o que motiva a guerra de tarifas”, lembra. Porém, a consultora adverte que, se houver desaceleração da economia e do turismo, os problemas também chegam voando. “E a economia é muito instável”, reforça.

Em momentos de problemas é que as companhias mais fracas ficam mais prejudicadas e correm o risco de não suportar as pressões. “Foi o que ocorreu com a BRA, depois do apagão aéreo do ano passado”, observa Simone Escudero. Ela reforça que as empresas menores e mais fracas são mais vulneráveis em momentos de crise e que esse é um “mercado de risco”.

A Nordeste Linhas aéreas iniciou suas operações em 9 de junho de 1976 e seu controle acionário pertencia à Transbrasil, ao governo da Bahia e à Votec. Em 1995, a empresa foi adquirida pela Rio Sul, do grupo Varig. Em 2 de setembro de 2002, as operações das três empresas passaram a ser integradas, até a crise da Varig, que acabou com a recuperação judicial. A Varig foi vendida para a Gol em abril do ano passado.

Fonte: Correio Braziliense

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