Governo do estado anuncia projetos que pretendem triplicar a capacidade de passageiros e prevêem a construção do aeroporto industrial. Privatização do terminal não é descartada
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, se prepara para triplicar a capacidade de passageiros e se tornar um dos principais empreendimentos no transporte de carga e passageiros do país. Entre os novos projetos estão a melhoria dos acessos ao terminal, implantação de uma segunda pista de pouso e decolagem para operar com independência e a instalação do aeroporto industrial em área de 46 mil metros quadrados. Os anúncios foram feitos ontem pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Raphael Guimarães Andrade, e o subsecretário de Assuntos Internacionais da secretaria, Luiz Antônio Athayde.
A meta do governo é ampliar a capacidade do aeroporto para transportar 20 milhões de passageiros ao ano. Os projetos ambiciosos podem passar pela privatização de Confins. “É uma alternativa bem-vinda e que o governo está analisando. Na atual realidade brasileira, é inquestionável o importante papel da iniciativa privada no fornecimento de equipamentos e infra-estrutura. Acredito que o modelo de privatização não deve ficar restrito ao Galeão (RJ) e Viracopos (Campinas, SP)”, afirmou Athayde. Mas independentemente do modelo que for adotado em Confins, diz, o governo já tem em mãos os projetos que vão ser feitos. “O Estado está atento a todos os movimentos de privatização e na hora certa vai se pronunciar sobre o assunto”, afirmou.
As obras de infra-estrutura do aeroporto industrial estão planejadas para o início de 2009 e vão consumir recursos de R$ 10 milhões. A análise técnica das propostas começa a ser feita dia 25 e a assinatura com a empresa vencedora está marcada para 28 de outubro. Serão nove lotes em áreas de 5 mil a 15 mil metros quadrados. As empresas vão atuar nos segmentos de tecnologia da informação, comércio eletrônico, produtos médicos e equipamentos eletrônicos. “Se as empresas tinham antes receio de investir em Minas em função do modal logístico, estamos agora apresentando uma alternativa viável e sustentável”, afirmou o secretário Raphael Andrade. Os negócios que se instalarem no aeroporto industrial vão ter tratamento tributário diferenciado, com suspensão dos impostos federais e estaduais, tanto para a importação de componentes como para a exportação de produtos acabados de alto valor agregado.
A expectativa do governo é de que o aeroporto de Confins transporte este ano 5 milhões de passageiros e 6 milhões em 2009. Antes da transferência dos vôos, em 2004, esse volume engatinhava em 389 passageiros ao ano. “O volume de passageiros no aeroporto vem crescendo cerca de 20% ao ano. Não podemos esperar problemas na pista e gargalos para fazer obras. O que não queremos é traçar planejamentos por soluços”, observou Andrade. Já o aeroporto da Pampulha deve transportar 845 passageiros este ano, contra 3.194 em 2004. Raphael Andrade lembrou que o governo, por meio do Programa ProAero, tem feito esforços para revitalizar os aeroportos do interior. “A Pampulha é o hub regional por vocação. É o elemento que liga todos esses aeroportos, e, portanto, tem papel fundamental na consolidação da malha aérea de Minas”, disse o secretário. Atualmente, a Pampulha mantém vôos regulares para dez cidades. Em junho de 2009, o número deve chegar a 19.
A volta de vôos de Confins para o aeroporto da Pampulha é prontamente rechaçada pelo governo. “O aeroporto da Pampulha vai ficar focado nos vôos regionais”, diz Andrade. No futuro, com a ampliação da malha aérea no estado, alguns vôos regionais podem inclusive passar por Confins. “Nosso plano é que um passageiro que sai de Montes Claros para fazer uma viagem internacional chegue diretamente na pista de Confins”, afirmou Athayde.
Fonte: Estado de Minas
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