As companhias aéreas El Al, de Israel, Lan Cargo, do Chile e Absa, do Brasil, vão pagar um total de US$ 124,7 milhões em multas nos Estados Unidos após terem admitido ser culpadas das acusações de formação de cartel para fixar preços de transporte de carga. A Absa, que está sediada em Campinas (SP) e tem entre seus sócios o grupo Lan, também é ré num processo semelhante que corre no Brasil.
As empresas agiram em conjunto para "suprimir e eliminar a concorrência ao fixar as tarifas de frete cobradas de consumidores em remessas aéreas internacionais, de e para os Estados Unidos", afirmam documentos da Justiça americana.
Um comunicado da Absa informa que a empresa brasileira, vai pagar multa de US$ 21 milhões em um prazo de cinco anos. A El Al pagará US$ 15,7 milhões e o resto do montante de US$ 124,7 milhões serão acertados pela Lan. A empresa chilena informou que já havia reservado US$ 75 milhões para fazer frente à multa.
As investigações nos Estados Unidos acerca de um cartel no transporte aéreo de cargas já envolveram diversas companhias, sendo que 12 delas e mais três pessoas físicas já admitiram culpa ou celebraram acordos. Juntas, as multas já acertadas somam US$ 1,275 bilhão. As maiores penalidades foram aplicadas a
Air France-KLM (US$ 350 milhões), British Airways (US$ 300 milhões) e Korean Air Lines (US$ 300 milhões).
O Brasil investiga uma formação de cartel similar entre transportadoras de carga aérea desde o fim de 2006, na esteira dos inquéritos no exterior. Em abril de 2008, o Ministério da Justiça abriu um processo contra várias companhias - American Airlines, Air France-KLM, Swiss, Lufthansa Cargo, Deutsche Lufthansa, Absa, Alitalia, United Airlines e VarigLog - e mais 15 pessoas físicas.
À época, o presidente da Absa, Norberto Jochmann, considerava que "a probabilidade de o processo evoluir contra as companhias aéreas" era muito grande. Ontem, um diretor de uma das companhias investigadas aqui avaliou que o recente acordo firmado nos Estados Unidos "vai direcionar a conclusão do processo" no Brasil. Segundo ele, as companhias acusadas começaram a enviar suas defesas ao Ministério da Justiça em dezembro.
Fonte: Valor Econômico
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