15.1.09

Aeroporto de São Gonçalo terá primeira fase concluída

Exército continua trabalhando na obra inicial do aeroporto de São Gonçalo14/01/2009 - Tribuna do Norte 

O assessor da presidência da Infraero, Jarnô Silva, disse ontem, ao apresentar aos representantes do Consórcio Potiguar e do BNDES durante visita ao projeto do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que a expectativa é que toda a  obra da pista de pouso e do pátio de aeronaves seja concluída ainda este ano, pelo Exército. Até dezembro, o investimento total da União na estrutura deve alcançar os R$ 159 milhões. 

De acordo com a engenheira da Infraero, Cristiane Leal, que há sete anos acompanha o projeto, os serviços de terraplanagem, drenagem e pavimentação estão sendo realizados paralelamente. Já foi concluída toda terraplanagem da pista de pouso, colocada a primeira camada de pavimento (a base de BGS) e parte da primeira das duas camadas de CBUQ (asfalto quente). Do pátio das aeronaves, 40% da pavimentação foi concluída. “Até o fim do ano vai estar tudo pavimentado”, aponta a engenheira.

Jarnô Silva ressaltou que a extensão da pista de pouso (3 mil metros) fará do futuro aeroporto de São Gonçalo o único da América do Sul a ter capacidade para receber aviões como a A380, com capacidade para 555 passageiros, e aeronaves que já vêm sendo projetadas, como o Boeing 797, para cerca de mil passageiros.

“A melhor maneira de prever o futuro é construí-lo”, lembrou o representante da Infraero, destacando o fato de Natal ser rota por onde passam diversos vôos em direção à Europa e, por isso mesmo, deverá se transformar em um novo portão de entrada do país. Ele enfatizou sua preocupação de que a área no entorno do aeródromo seja preservada de forma a impedir que uma ocupação desordenada atrapalhe o desenvolvimento futuro da estrutura, como ocorre com outros aeroportos já “engolidos” pelas cidades em volta.

Jarnô Silva afirmou que a obra é uma necessidade para a região e o Estado, frente às limitações do aeroporto de Parnamirim. “A evolução da aviação civil no Augusto Severo está comprometida. Devemos fazer paliativos, enquanto se viabiliza o aeroporto de São Gonçalo”, defendeu. O prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado, confirmou o entusiasmo com as obras e afirmou que espera ver o edital de licitação pronto até o dia 30 de outubro.

Convênio

O comandante do Batalhão de Engenharia de Construção de Caicó, coronel Tito Tavares, explicou que o efetivo de militares no local está reduzido (são hoje cerca de 260) por conta do fim do convênio anterior assinado com a Infraero, encerrado em dezembro. Um novo convênio já foi aprovado e deve ser assinado em breve. “Esperamos que até o final deste mês”, declarou o oficial. O batalhão foi convocado pela primeira vez em 1996 para realizar estudos sobre a área e três anos depois assinou outro convênio, prevendo a terraplanagem. Em 2004 foi assinado o terceiro contrato, incluindo o início efetivo das obras, e que se encerrou agora. O convênio prestes a ser assinado deve ter duração de um ano, tempo considerado suficiente para que sejam concluídos os trabalhos na pista de pouso e no pátio das aeronaves.

De acordo com o comandante, o efetivo de homens no local já chegou a 400. 

A expectativa é que alcance 500 ainda este ano. “Aproveitamos esse período (de espera pelo novo contrato) para dar férias a alguns e reforçar as obras da BR-101 (o batalhão é responsável também pela duplicação de um lote da rodovia, entre Natal e Arês).” A expectativa é manter 500 homens em cada uma das obras e reforçar a do aeroporto no segundo semestre, se a da BR for concluída no prazo previsto, que é o mês de julho.

Licitação não sai nesse semestre

A pista de 3 mil metros do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em fase de pavimentação, recebeu na manhã de ontem a visita dos representantes do Consórcio Potiguar, grupo responsável pelo estudo que irá determinar a forma como a obra será licitada (concessão, parceria público-privada, ou outro instrumento). Apesar de uma primeira impressão positiva demonstrada pela equipe, ficou claro que, ao contrário do que espera o Governo do Estado, a licitação não será lançada neste primeiro semestre, nem a empresa deve ser escolhida este ano.

Gerente da Área de Estruturação de Projetos do BNDES (instituição contratante do estudo), Leonardo Leão deixou claro que entre a elaboração do edital, previsto para ser concluído neste primeiro semestre, e a abertura da concorrência propriamente dita, há ainda uma etapa que pode levar alguns meses. “Esse trabalho (o estudo realizado pelo consórcio) vai ainda para a análise do Tribunal de Contas da União e para discussão em audiências públicas”, explicou.

Como essa etapa pode levar meses, a expectativa do banco é que a licitação seja aberta somente no final de 2009, ou no início de 2010. Já o presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN), Nelson Tavares, prevê outros prazos. Para ele, que vem representando o Governo do Estado junto ao consórcio e tem acompanhado a série de reuniões das quais os integrantes do grupo têm participado, a empresa pode vir a ser escolhida ainda no mês de novembro.

Nelson Tavares lembrou que a previsão inicial é de conclusão do estudo de viabilidade e da minuta do edital até o fim de abril e a expectativa é de a licitação estar na “praça” por volta do mês de maio. “Como se trata de uma licitação grande, deve levar um seis meses para termos o vencedor, acredito que por volta de novembro”, disse. Isso seria importante para que a obra não sofresse uma paralisação, uma vez que o novo convênio que vem sendo assinado com o Exército deve garantir o trabalho dos militares até o fim de 2009.

Porém Leonardo Leão não acredita que, mesmo se a empresa vencedora só vier a ser conhecida no próximo ano, vá haver atraso no andamento dos trabalhos. “A impressão que temos é que os prazos serão cumpridos”, enfatizou. Ele lembrou ainda que o BNDES deve vir a financiar a empresa vencedora da licitação, por isso também a grande preocupação com o desenrolar do projeto. Enfatizou também o cuidado que tem sido mostrado, por parte do Governo Federal e da Infraero, em não se permitir a paralisação das obras.

Fonte: Tribuna do Norte

Um comentário:

Anônimo disse...

Boeing 797??? Para mil passageiros??? Esse é o tipo de pessoas que temos na Infraero mesmo, que não tem um mínimo conhecimento da área em que atuam. A Boeing desistiu de construir uma VLA (very large aircraft), nos moldes do A388, no meio da década de 90, e agora nem consegue vender seu 748. Esse cara ai tá vendo muitos protótipos feitos por fãs. 797, hahahaha!