5.4.09

Aviação é entrave para desenvolvimento do turismo, aponta líderes

A principal palestra do primeiro dia do Nordeste Invest teve como tema "O que falta para o Brasil se tornar um destino turístico de classe mundial". A resposta dos três participantes foi a mesma: falta de vôos internacionais e dificuldade de se chegar em grandes cidades brasileiras, entre elas algumas capitais nordestinas.

Reunindo a presidente da Embratur Jeanine Pires, o presidente da Resorts Brasil, Alexandre Zubaran, e o presidente da World Travel & Tourism Council (WTTC), Jean-Claude Baumgarten , o debate mostrou que não há como se desenvolver sem um eficiente transporte aéreo.

"O Nordeste, por exemplo, até pouco tempo atrás não era servido internacionalmente. Hoje já existem ligações para Europa e agora Estados Unidos, mesmo assim são poucas. Não há como você se desenvolver sem acesso aéreo. O mesmo serve para a promoção do país no exterior, não vou divulgar o Brasil na China se não há ligação aérea entre os dois países", afirmou a presidente da Embratur.

Baumgarten, que chegou ao Brasil pela Bahia e foi a Maceió de helicóptero, falou que a paisagem vista da janela é deslumbrante e que isso precisa ser melhor trabalho: "O produto potencial de que vocês precisam, vocês já tem, que são as praias, a natureza. É preciso trabalhar isso de uma forma mais completa", disse. "Mas se não tem como chegar fica difícil trabalhar", complementou.

Jeanine Pires complementou dizendo que "qualidade de produto e sustentabilidade ambiental são fatores que têm que corresponder à exigência do visitante, pois praia bonita todo mundo tem".

Zubaran reforçou a opinião dos dois: "Nordeste é um destino turístico respeitável, mas quando se conversa com operadores internacionais percebe-se uma certa estranheza pelo fato de o Brasil não ter explodido como destino turístico", afirmou. Segundo ele, o Brasil está preso "nos 5 milhões e pouco" de turistas internacionais que visitam o país ao ano, enquanto tem capacidade para receber o dobro disso. "Mas há que se destacar o avanço do turismo desde a criação do Ministério, em 2003".

Para Zubaran, a solução do desenvolvimento turístico está ligado diretamente a malha aérea. "É preciso que o governo tome medidas para isso. Enquanto a malha for deficitária, vamos continuar recebendo 5 milhões de turistas", complementou.

Turismo de qualidade ganha força

A presidente da Embratur afirmou ser injusto o Brasil ser comparado com França ou Espanha, em relação ao fluxo de turistas estrangeiros. Pelo tamanho geográfico, o Brasil deve, segundo ela, ser comparada a Índia ou Austrália. De acordo com ela, estes dois países recebem também cerca de cinco milhões de turistas.

Para ela, como o Brasil tem tamanho continental, é preciso estimular o turismo de qualidade, fazendo com que o viajante permaneça por mais tempo no país. "Hoje já há turista que fica por duas semanas ou mais visitando uma série de lugar".

Outro fator destacado por ela é a opção que ele tem de entrar por um portão de entrada e sair por outro. "Há não muito tempo ele só tinha como opção Rio ou São Paulo, agora ele pode entrar pelo Norte ou Nordeste e sair por Brasília, por exemplo. Isso mostra o avanço que temos tido na captação de novos voos, mas ainda não é o suficiente", alertou.

Jean-Claude Baumgarten esteve recentemente com Lula e, segundo ele, o presidente já reconheceu a importância do turismo: "Lula não esperou nem eu apresentar o que será o WTTC para me dizer que na concepção dele o turismo é emprego e desenvolvimento e este é o principal objetivo do congresso que realizaremos em Florianópolis", afirmou.

Fonte: Mercado e Eventos

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