Maiores companhias aéreas planejam investir pelo menos R$ 20 bilhões em compra de aviões nos próximos cinco anos, para aproveitar a demanda criada pela Copa do Mundo
Os investimentos das companhias aéreas para a Copa de 2014 no Brasil já estão em pleno voo. Juntas, a TAM Linhas Aéreas, a Webjet, a Azul e a Trip planejam investir perto de R$ 20 bilhões nas aquisições de novas aeronaves nos próximos cinco anos. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), José Carlos Vieira, a alta nas rotas tradicionalmente chega a 50% no mês que antecede o início dos jogos e nos 30 dias depois do fim do campeonato. “A alta é inevitável, mas depois tende a voltar ao normal”, afirma. Ele conta que as agências já estão formulando os pacotes. No entanto, as vendas mais fortes devem ser concentradas em 2012.
As passagens aéreas também são oferecidas apenas cerca de 12 meses antes das viagens. Com isso, as vendas devem ser mais fortes em 2013. “E aqueles que gostam de preços promocionais podem esquecer. As companhias só vão trabalhar com tarifas cheias”, garante Vieira. Com isso, uma passagem aérea entre BH e São Paulo, que hoje pode ser encontrada em promoções por cerca de R$ 120, não vai sair por menos de R$ 600. Para Vieira, as cotações podem chegar até próximas de R$ 1 mil.
Hoje, a TAM opera no país com 132 aeronaves. Para o fim de 2010 a companhia informa que a frota prevista é de 137 aeronaves. Até 2011 serão 142, em 2012 a previsão é de 148 e, para 2013, pretende atingir a marca de 152 aviões. Para que essa expansão se transforme em realidade até a Copa, em janeiro do ano passado a TAM assinou contrato com a Airbus para aquisição de 22 A350 XWB (com entregas a partir de 2013), quatro A330 e 20 A320 (a partir de 2010). De acordo com o preço de lista, o valor total das 46 aeronaves é de aproximadamente US$ 6,9 bilhões. Além disso, a TAM encomendou mais seis Boeings 777, além dos quatro já recebidos, com entrega prevista até 2013. A empresa, hoje, voa para 42 destinos no Brasil, mas chega a 79, por causa de acordos comerciais firmados com companhias regionais.
A TAM informou que “acredita que o mercado brasileiro de aviação comercial tem potencial para dobrar de tamanho até 2014. Durante os 45 dias da Copa do Mundo, o tráfego aéreo deve antecipar o volume de 2020. São fundamentais, portanto, investimentos na infraestrutura aeroportuária”.
Os planos da novata Azul Linhas Aéreas é de investir US$ 2 bilhões até a Copa, se não houver grandes alterações no mercado. A empresa opera hoje com 12 aeronaves, seis do modelo 190, com capacidade para 106 pessoas, e seis 195, para 118 pessoas. Até 2014, a companhia pretende ter 60 aeronaves modelos Embraer 190 e Embraer 195. A companhia, que inaugurou os voos em Confins e 10 de agosto deste ano, faz hoje 82 voos diários, atendendo 14 cidades.
A Trip Linhas Aéreas pretende chegar ao fim de 2014 com 60 aeronaves, mais do que o dobro do volume atual. Para isso, a companhia aérea planeja investir cerca de US$ 1 bilhão e chegar a mais de 110 cidades atendidas nos próximos cinco anos. Atualmente a Trip opera em 73 cidades pelo país e conta com frota de 27 aeronaves, nos modelos EM 120 (Brasília), com 30 assentos, Embraer 175, com 86 assentos, ATR 72, com 66 a 68 assentos, e ATR 42, com 45 a 48 assentos.
“A Copa é um dos fatores que incentivou a aquisição de aeronaves, mas não é o principal. O avião é um investimento de longo prazo e não é possível fazer um grande desembolso para um evento de 45 a 60 dias”, afirma Evaristo Mascarenhas Paula, diretor de Marketing da Trip. A Webjet tem hoje 16 aeronaves Boeings 737-300, com capacidade para 136 passageiros, sendo que mais duas aeronaves estão com compra acertada e outras três estão sendo negociadas até o fim do ano. Se não houver nenhuma reviravolta no mercado aéreo, a empresa quer chegar até o dezembro de 2010 com 25 aeronaves. O investimento médio em cada unidade é de US $ 10 milhões.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que já possui em seu planejamento investimentos da ordem de R$ 4,87 bilhões, ao longo dos próximos cinco anos, apenas para os aeroportos das cidades-sede da Copa 2014.
Fonte: Estado de Minas
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