Você sabia que morrem mais pessoas de ataques cardíacos dentro de aviões do que nos desastres aéreos? De acordo com estatísticas da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), em 1950 viajavam por ano no mundo todo, perto de 10 milhões de pessoas. Atualmente este número é calculado em 4 bilhões.
Existe uma taxa de 1 problema grave de saúde a bordo para cada 1,3 milhão de passageiros, o que dá um total de aproximadamente 3.000 ocorrências graves de saúde a bordo. Destas, aproximadamente 60% são ataques cardíacos, ou seja, perto de 1.800 pessoas por ano em todo mundo. Por outro lado, também de acordo com a IATA, houve, em 2009, cerca de 60 acidentes aéreos, com aproximadamente 750 mortes. Com estes números conclui-se que os ataques cardíacos em pleno vôo matam mais pessoas do que os acidentes aéreos.
Existem alguns agravantes para a saúde durante um vôo:
Pressão atmosférica: a baixa pressão dentro das cabines provoca uma expansão dos gases de até 30% de seu volume. Todas as cavidades ocas do corpo humano se expandem e podem provocar problemas nos tímpanos e náuseas por dilatação do estomago e do intestino. Pessoas com cirurgia pulmonar ou abdominal recente não devem viajar de avião. Existe um risco de rompimento das suturas.
Umidade do ar: A umidade do ar durante um vôo é de 10-20%, quando o ideal é de no mínimo 40%. Essa baixa umidade pode desencadear crises de asma ou bronquite.
Níveis de Oxigênio: Um avião é pressurizado, mas esta pressão não é igual a do nível do mar. Quando os aviões atingem sua altura de cruzeiro, por volta de 12.000 metros, a pressão da cabine é equivalente a 2.500 metros de altura. Pessoas normais não sentem esta falta de oxigênio, pois o nosso corpo compensa essa falta com aumento da freqüência cardíaca, respiratória e do volume de ar inspirado em cada ciclo respiratório. A saturação de oxigênio sanguíneo, que costuma ser de 99% ao nível do mar, cai para 94% durante os vôos. Isto causa certo desconforto e cansaço durante vôos mais longos. Já pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares, que apresentam taxas de oxigênio abaixo de 95%, podem não conseguir compensar essa diminuição do oxigênio e apresentar taxas abaixo de 90%, o que é insuficiente para o bom funcionamento de vários órgãos. Neste momento, podem acontecer isquemias cardíacas, intensa dor no peito, falta de ar e uma parada cardíaca.
Por outro lado, é sabido que durante uma parada cardíaca, o pronto atendimento é fundamental e aí que vem o problema. A legislação não obriga nenhuma empresa de transporte aéreo a prestar serviços médicos a seus passageiros durante o transporte e estas, quando muito, mantém seus “kits” de emergência, na maioria das vezes inadequados a uma ocorrência séria. Quando tem um problema, a comissária simplesmente solicita a ajuda de algum médico que eventualmente esteja a bordo. Este, muitas vezes, quer ajudar a salvar uma vida, mas não encontra as condições mínimas necessárias. Um simples desfibrilador automático, que é um aparelho que emite choques elétricos para recompor o ritmo dos batimentos cardíacos e que custa no mercado algo em torno de R$ 6.500,00, pode salvar uma vida, mas infelizmente, a vida humana não vale este investimento para algumas empresas.
Muitas vozes já se levantaram a favor de leis que obriguem a presença destes aparelhos não só em aviões, mas em todos os locais onde haja aglomeração de pessoas, tais como campos de futebol, aeroportos, grandes shoppings, hotéis, eventos, shows e muitos outros.
Não deveria ser por imposição legal, mas, infelizmente, existe uma parte do mundo que não entende outra linguagem. Para estes, vamos aumentar as vozes e pedir pelas leis que obriguem a salvar vidas.
Fonte: http://www.segs.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário