Segundo autoridades, piloto não obedeceu instrução de retornar ao aeroporto de Beirute após
De Beirute, Líbano, para a BBC Brasil - Autoridades do Líbano acusaram o piloto da Ethiopian Airlines de não ter seguido instruções da torre de controle do aeroporto de Beirute, o que, segundo eles, poderia ter evitado o acidente com o Boeing que levava 90 pessoas a bordo na madrugada de segunda-feira.
Em uma conferência de imprensa na manhã desta terça-feira, o ministro de Defesa, Elias Murr, e o ministro de Transportes, Ghazi Aridi, disseram que o piloto do avião ignorou alertas da torre de controle sobre a tempestade e fortes ventos no momento da decolagem.
"As gravações da torre de controle mostram que os operadores disseram ao piloto do avião para que retornasse e evitasse a tempestade, mas o avião seguiu na direção oposta por razões desconhecidas", disse Murr para a imprensa.
De acordo com ele, os motivos do acidente ainda são desconhecidos.
De acordo com a Ethiopian Airlines, o avião, um Boeing 737, levava 82 passageiros e 8 tripulantes.
Testemunhas disseram ter visto uma bola de fogo no céu antes de o avião cair.
A aeronave desapareceu das telas dos radares cerca de cinco minutos após a decolagem, ocorrida em meio a uma tempestade por volta das 2h30 no horário local (22h30 de domingo em Brasília).
Já o ministro dos Transportes, Ghazi Aridi, disse que a torre de controle enviou um segundo aviso ao piloto quando os operadores perceberam que o primeiro alerta foi ignorado.
"Mas o piloto continuou voando na mesma rota e, em seguida, fez uma manobra muito estranha", completou Aridi, que fez questão de defender os operadores na torre de controle.
"Eles fizeram seus trabalhos de acordo com as normas", enfatizou.
De acordo com autoridades do aeroporto, a torre de controle perdeu contato com a aeronave da Ethiopian Airlines somente quatro minutos após a decolagem.
Eles não quiseram comentar as informações de testemunhas que disseram ter visto o avião explodir em uma imensa bola de fogo no ar ou que estava pegando fogo antes de cair no mar.
O governo libanês já tinha descartado ontem a possibilidade de atentado terrorista.
O ministro da Defesa disse que as peças de fuselagem da aeronave recuperadas até agora não mostravam sinais de explosão.
No entanto, ele acrescentou que a prioridade é encontrar as duas caixas-pretas do avião, que ajudarão os investigadores a esclarecer as causas da queda do Boeing.
"Várias perguntas serão respondidas quando recuperarmos as caixas-pretas do avião".
Fundo do mar
Uma grande força-tarefa internacional prosseguiu com as buscas por mais vítimas e destroços do avião na manhã desta terça-feira.
A Sexta Frota dos Estados Unidos enviou equipamentos mais avançados para ajudar nos trabalhos. O Reino Unido, França, Alemanha e Chipre também enviaram aviões e navios para se juntar às equipes de resgate.
Autoridades disseram que encontraram o corpo principal da aeronave no fundo do mar.
Segundo eles, a maioria dos corpos dos passageiros está presa dentro do avião e as equipes trabalham no momento para trazer o avião de volta à superfície.
Segundo o Exército libanês, a aeronave caiu a cerca de 3,5 km da costa da cidade libanesa de Naameh, ao sul da capital. Equipes de resgate disseram à mídia local que o avião estava a uma profundidade de 500 metros.
No final da noite de segunda-feira, as equipes médicas começaram a realizar testes de DNA nos 27 corpos resgatados até agora para determinar as identidades das vítimas.
O governo libanês ordenou que equipes de assistência prestassem ajuda aos familiares das vítimas.
A maioria dos passageiros a bordo do voo ET409, que tinha como destino a capital da Etiópia, Adis-Abeba, era de cidadãos libaneses e etíopes.
Mas a empresa aérea disse que também estavam na aeronave cidadãos do Reino Unido, Turquia, França, Rússia, Canadá e Síria.
A Etiópia e o Líbano mantêm fortes laços comerciais, e milhares de etíopes trabalham no país árabe como empregados domésticos.
Fonte: Estadão
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