Os ambiciosos trabalhos de busca para a recuperação dos registros de voos que poderiam explicar o acidente com o voo 447 da Air France, que caiu no mar um ano atrás no oceano Atlântico, fracassaram. A terceira operação de busca pelos restos do Airbus 330, cujo custo foi de 13 milhões de euros (US$ 15,8 milhões), foi encerrada ontem, segundo Alain Guilldou, do Escritório de Investigações e Análise (BEA, na sigla em francês), a agência que investiga o acidente.
As buscas "não nos permitiram localizar os escombros do avião", disse ele, em comunicado transmitido hoje por e-mail. O BEA não comentou sobre a ampliação das buscas ou se pode haver novas ações para procurar as caixas-pretas. Todas as 228 pessoas que estavam no Airbus A330, que ia do Rio de Janeiro para Paris, morreram quando a aeronave caiu, em 30 de maio de 2009.
Durante as buscas iniciais foram recuperados cerca de 50 corpos e mais de uma centena de pedaços do avião. Mas grupos de busca internacionais, que usaram submarinos especiais e robôs, não conseguiram encontrar as caixas-pretas e os gravadores de voz e de dados do avião. Sem esses equipamentos, os investigadores podem nunca descobrir por que o avião caiu durante uma tempestade, numa remota parte do oceano, onde a profundidade chega a até 4 mil metros.
Mensagens automáticas enviadas pelos computadores do avião pouco antes de cair mostraram que ele estava recebendo leituras falsas sobre a velocidade dos sensores conhecidos como pitot. Investigadores afirmam que a queda foi causada por uma série de falhas e não apenas pelos tubos pitot.
Operação submarina
O BEA organizou uma terceira missão de buscas neste ano, a um custo de 10 milhões de euros, que o diretor da agência chamou de "uma das operações submarinas mais completas já realizadas", e que envolveu navios norte-americanos e noruegueses, investigadores e cientistas. Uma área de 5.800 quilômetros quadrados foi vasculhada em março e abril, mas nada foi encontrado. O projeto foi estendido até o final de maio e a Air France e a Airbus investiram mais 1,5 milhão de euros cada.
Enquanto as buscas eram realizadas, autoridades de Defesa francesas anunciaram o que parecia ser uma descoberta importante: os sinais emitidos pelas caixas-pretas, detectadas no ano passado, foram analisados com a ajuda de uma nova tecnologia. As novas análises levaram as autoridades a diminuir a área de buscas em outro local, mas as pesquisas também não deram resultado.
Fonte: Estadão
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