A Google vai estrear-se no negócio da aviação. Comprou uma das maiores empresas de prestação de serviços do sector, a ITA Software, por 700 milhões de dólares (cerca de 559 milhões de euros) e prepara-se para concorrer com gigantes como a Amadeus, a Expedia e a Travelport, noticiou o Guardian.
A ideia é disponibilizar aos utilizadores um portal de viagens, onde possam obter informação sobre bilhetes de avião. A integração da ITA, criada em 1996 por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) é crucial, uma vez que a empresa é especializada no tratamento e cruzamento de dados relativos a preços e disponibilidade de voos, entre outros.
Apesar de não ser conhecida pelos consumidores, é a ela que recorrem agências de viagens, portais de comparação de preços e até companhias de aviação, de entre as quais a portuguesa TAP, quando precisam de informação para fixar o valor dos bilhetes, por exemplo.
Esta compra pressupõe um investimento de 700 milhões de dólares (o equivalente a 559 milhões de euros) e significa uma expansão dos serviços prestados pela Google, que descreveu este novo passo como "pró-competitivo" e "pró-consumidor".
Eric Schmidt, presidente executivo da tecnológica norte-americana, afirmou que "a ITA abre oportunidades extraordinárias [para a Google], criando uma nova forma para os utilizadores encontrarem informação de voo mais facilmente".
Este negócio vai colocar a Google e a Microsoft novamente em confronto, uma vez que o rival já se antecipou, com a criação do portal Bing Travel, que também presta informação e possibilita a reserva de voos.
Ainda assim, a empresa norte-americana acredita que há espaço no mercado para crescer, porque, de acordo com as suas estimativas, "metade dos bilhetes de avião já são comprados pela Internet".
Quem se tem mostrado mais apreensivo com esta aquisição são os portais de viagens, que ganham um novo concorrente de peso, que terá acesso privilegiado à informação que utilizam diariamente para interagir com os consumidores.
No entanto, a Google já assegurou que, para já, não pondera vender directamente bilhetes de avião aos consumidores.
Os reguladores norte-americanos deverão agora pronunciar-se sobre os impactos deste negócio no mercado, avaliando se poderá influenciar negativamente a livre concorrência. Só o aval das autoridades permitirá à tecnológica entrar no sector da aviação.
Fonte: Economia PT
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