A fusão da TAM com a LAN é o pontapé inicial numa série de mudanças pelas quais a aviação civil brasileira vai passar daqui em diante. De olho na ampliação do capital externo para 49% nas empresas nacionais, em tramitação adiantada no Congresso e que deve passar até o primeiro semestre de 2011, o mercado está se mexendo. A bola da vez pode ser a WebJet, alvo de interesse da companhia irlandesa de baixo custo Ryanair. Diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) relatam que foram procurados no início de junho por um executivo do banco Merril Lynch em nome da Ryanair.
No mesmo período - quando o Congresso deixou claro que a mudança, apoiada pelo governo, será aprovada - representantes das gigantes de logística e carga, as americana Fedex, UPS e a alemã DHL, também procuraram a Anac. Consultores do setor em Brasília e em São Paulo contam que também estão sendo sondados por essas companhias.
Azul e Trip também devem aproveitar mudança na lei
As conversas são ainda reservadas e têm como objetivo detectar sócios e aprofundar conhecimentos sobre o mercado brasileiro, contou um consultor. Oficialmente, esses grupos não se manifestaram, sob alegação de que podem prejudicar demandas futuras.
Segundo Respício do Espírito Santo Júnior, presidente da Cepta, instituto de estudos do setor aéreo, a ampliação do capital estrangeiro vai aumentar a concorrência, e propiciar a geração de empregos. Ele disse que algumas empresas nacionais despertam interesse de grupos estrangeiros de grande rentabilidade.
- Caso da Ryanair e da alemã Lufthansa, e também de megainvestidores em aviação, como Richard Branson (da Virgin) e os grupos Macquarie e TPG.
Entre as nacionais, a Gol informou que a intenção é aproveitar essa flexibilidade para captar novos recursos na Bolsa (a Gol tem ações listadas aqui e em Nova York) para fazer frente a novos planos de expansão.
- Não pretendemos vender parte da companhia, mas aumentar os negócios na Bolsa - garantiu o vice-presidente de Planejamento Estratégico e Finanças da Gol, Leonardo Pereira.
Azul e Trip, de acordo com interlocutores, também estão em compasso de espera para o segundo semestre de 2011. Para especialistas, o primeiro passo foi dado no acordo entre LAN e TAM. A empresa tem capital, mas não tinha como se expandir no Chile, um país pequeno.
A situação para as cargueiras, gigantes no mundo, também é promissora no Brasil, onde o segmento é explorado por empresas pequenas e com aviões obsoletos. As cargueiras internacionais estão capitalizadas e têm frota moderna. E não precisam enfrentar os gargalos dos terminais de passageiros.
O autor do texto substitutivo que foi aprovado na comissão especial da Câmara, Rocha Loures (PMDB-PR), disse que a expectativa é que a proposta seja votada pelo plenário da Casa na primeira quinzena de novembro, logo depois das eleições. Ainda precisa passar pelo crivo do Senado.
Fonte: O Globo
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