Empresa que administra 47 aeroportos espanhóis e sofre com alto endividamento poderá ter até 49% de participação de sócios privados
As dificuldades econômicas da Espanha levaram o governo de José Luis Zapatero a pôr em marcha um pacote de medidas que inclui mudanças no seguro-desemprego, redução de impostos para pequenas e médias empresas e a privatização de parte da Aena, empresa que administra 47 aeroportos no país. A meta é reduzir a pressão exercida pelo pelo endividamento da companhia, estimado em 12 bilhões.
A decisão do governo Zapatero de fazer uma privatização parcial, entretanto, é vista como um fator que limita a atração de capital privado. Os planos do governo incluem também fatiar a Aena: hoje, além de gerir os aeroportos, a empresa também é responsável pelo controle do tráfego aéreo no país, em um modelo parecido com o da Infraero no Brasil. Será necessária a criação de uma nova razão social, a Aena Aeroportos, que incluirá apenas a administração dos terminais.
O desenho da privatização da Aena, que ainda depende da formulação de uma nova lei, prevê que o governo manterá pelo menos 51% de participação - e, portanto, a palavra final em decisões estratégicas. Porém, ainda que a participação privada na Aena Aeroportos esteja limitada a 49%, está prevista a criação de entidades específicas para administrar os principais terminais de Madri e Barcelona, justamente os que o recebem o maior fluxo de passageiros - essas sociedades, subordinadas à nova companhia, poderão ser administradas por sócios privados.
Fontes indicam, porém, que a simples venda da participação na nova Aena não será suficiente para cobrir o "rombo" atual nas contas da companhia. Estima-se que a venda de uma participação de até 49% deva arrecadar 9 bilhões aos cofres públicos espanhóis, deixando para trás uma conta estimada em 3 bilhões.
Dentro dos esforços para melhorar as cifras da fatia da Aena que permanecerá com o poder público, o governo se esforça para mexer nos salários dos controladores aéreos com a elaboração de um decreto-lei. Caso as medidas venham mesmo a ser aplicadas, os ganhos anuais desses profissionais podem cair em 40%, passando de 340 mil para 200 mil anuais. Os controladores já recorreram na Justiça da decisão do Executivo.
Fonte: Estadão
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