* - por André Soutelino em 09.04.15A democratização do transporte aéreo no Brasil vem proporcionando um aumento no número de usuários. Consequentemente, este aumento vem exigindo atenção maior do Poder Público na regulação e fiscalização dos direitos e deveres dos usuários e fornecedores do transporte aéreo. Entretanto, o conjunto normativo do setor vem provocando diversos conflitos entre os dois principais Órgãos competentes (PROCON e ANAC) do setor e consequentemente provocando falhas na gestão deste sistema.
No caso do transporte aéreo no Brasil, as normas estão espalhadas no Código Brasileiro de Aeronáutica, Código Civil, Código de Proteção e Defesa ao Consumidor, Resoluções, Enunciados da Junta Recursal e Portarias da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
A título de exemplo, o Correio Braziliense publicou, no dia 06 de abril de 2015, uma matéria sobre cancelamento ou remarcação do bilhete aéreo. A matéria ilustrou um conflito de normas que vem ocorrendo com frequência no transporte aéreo (http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2015/04/06/interna_cidadesdf,478321/empresas-aereas-deixam-de-lado-codigo-do-consumidor-com-regulamento.shtml). De um lado, temos a ANAC como um Órgão técnico para regular o sistema. Do outro lado, os Procons alegando que o Código de Defesa do Consumidor é uma norma geral na proteção aos consumidores.
Portanto, a consolidação, de forma conjunta entre os Órgãos Competentes, dos direitos e deveres do consumidor tende a aprimorar as relações entre usuários e fornecedores, visto que haverá um debate com diversas visões diferentes na elaboração da referida norma e consequentemente diminuir as falhas regulatórias do setor.
Texto elaborado por André Soutelino
* - Advogado e mestre em Direito Regulatório. Professor de Direito Empresarial, associado da Modalis Infrastructure Partners desde janeiro de 2015 e sócio do escritório Leite, Maturana e Soutelino Advogados Associados. Vem atuando com aviação desde 1997. Foi agente de vendas da Transbrasil, agente de aeroportos da VARIG e assessor do Diretoria de Infraestrutura da Agência Nacional de Aviação Civil.
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