A canadense Bombardier iniciou uma nova
fase de readequação de seus ativos, incluindo tanto à divisão de aviação,
quanto de trens. Um dos destaques do anuncio foi a venda do programa Q Series,
a série de aeronaves regionais turbo-hélices Dash 8.
O acordo de US$ 300 milhões envolverá a
venda de todo o programa, incluindo unidades de produção, maquinário,
certificados, entre outros, para uma subsidiária da Longview Aviation Capital
(LAC), empresa que realiza investimentos na indústria aeroespacial canadense,
por US$ 300 milhões. A produção, venda e suporte dos Q Series agora serão de
responsabilidade da Viking, empresa da LAC, que produz atualmente os
turbo-hélices Twin Otter e os aviões bombeiro Canadair 215 e CL-415.
Também foi definida a venda da divisão de
instrução de voo e de treinamento de manutenção de aeronaves executivas para a
também canadense CAE, especializada em simuladores de voo profissionais, em um
acordo avaliado em US$ 800 milhões.
A Bombardier venderá todos os ativos
considerados não essenciais e realizará um processo de reestruturação
corporativa, que poderá resultar na demissão de até 5.000 funcionários nos
próximos 18 meses. O objetivo é reduzir sua participação no setor aeronáutico,
que já foi a principal vitrine da companhia, mas que enfrentou uma série de
problemas nos últimos anos. Por ora, a Bombardier ficará focada na produção de
aviões de negócios, com destaque para as famílias Challenger e Global,
consideradas referencias em venda nos segmentos que atuam. Ao contrário do
setor de aviação comercial, que a Bombardier sofreu uma série de problemas com
a antiga família CSeries e não aumentava a carteira de pedidos para os modelos
regionais CRJ e QSeries, a divisão de aviação de negócios manteve crescimento
constante.
A divisão executiva registrou crescimento
de 1% da receita, atingindo a marca de US$ 1 bilhão, no terceiro trimestre. No
comparativo com o mesmo período do ano passado, foram entregues 31 aviões, um a
mais que em 2017. Já a carteira de pedidos firmes registrou alta de 4%,
totalizando US$ 14,3 bilhões, especialmente pelo crescimento pela demanda da
família Global. Até o momento a divisão de aviação de negócios 96 aviões no
acumulado do ano, segundo a Bombardier o montante representa 70% da meta para
2018.
Analistas acreditam que a Embraer terá
postura similar ao concluir joint venture com a Boeing, passando a concentrar
seus negócios na aviação executiva. Setor militar possivelmente manterá
independência, mas não será principal unidade de negócios do fabricante
brasileiro.
https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/bombardier-vende-divisao-de-avioes-regionais-turbo-helice_4069.html
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