Fabricante de equipamentos de defesa entra em recuperação judicial. Como sairá dessa?
A AVIBRAS AEROESPACIAL, fabricante de equipamentos de defesa, entre estes os sistemas de alta tecnologia de lançamento de foguetes, sofreu um duro golpe em janeiro deste ano: o helicóptero no qual viajavam seu fundador e presidente, João Verdi de Carvalho Leite, e sua mulher, Sônia, desapareceu sobre o mar depois de decolar de Angra dos Reis, no litoral fluminense, para São José dos Campos, sede da companhia. Equipes de resgate não encontraram os corpos até hoje. Sem seu principal comandante, a Avibras, que já enfrentava turbulência, não teve fôlego para vencer dificuldades. E, na segunda-feira 14, reconheceu a gravidade do golpe: a empresa entrou com pedido de recuperação judicial para tentar sobreviver a dívidas que chegam a R$ 500 milhões com a União, o Banco do Brasil, a Previdência, fornecedores e uma firma de comércio exterior. Na ocasião, anunciou a demissão de 350 funcionários, um terço do total. A empresa enfrenta, agora, sua mais dura batalha.
Para especialistas, a crise da Avibras decorre de um modelo de negócio com extrema dependência do governo federal, que é seu cliente e também é quem autoriza ou não vendas para o Exterior. No final dos anos 80, a Avibras enfrentou problemas e pediu concordata, mas seu fundador soube aproveitar a Guerra do Golfo, em 1991, para recuperar as vendas. "A empresa está pagando o preço pela ausência de um projeto de defesa nacional", diz Salvador Raza, diretor do Centro de Tecnologia, Relações Internacionais e Segurança (Cetris), instituto especializado no assunto. Em sua avaliação, o País precisa saber o que quer de empresas como a Avibras, considerada estratégica. "É preciso modernizá- la, torná-la competitiva e transparente. É necessário elaborar um projeto de força que orientará a indústria e definir as regras da relação com o governo", diz Raza. "Sem isso, a empresa corre o risco de fechar as portas. Neste caso, o País vai pagar um preço no futuro em segurança e atraso tecnológico." Outras empresas que vendem equipamentos de defesa, como a Embraer e a Helibras, conseguiram diversificar o portfólio e não dependem tanto do setor bélico. Mas há uma luz no fim do túnel para a Avibras: dia 7 de setembro será lançado em Brasília o Plano Estratégico de Defesa Nacional. Um dos pontos mais importantes é a criação de uma indústria de defesa nacional, com incentivos à produção de armamentos no País. Quem sabe não vem daí munição para a Avibras vencer sua maior batalha.
Fonte: Isto é
4 comentários:
O maior problema,com certeza é a incapacidade administrativa da Avibrás que por sua vez,demitiu quase 500 pessoas e não pagou nenhum centavo sequer,ou seja,deu calote em quem tanto ajudou a tentar superar a crise com dedicação e mesmo com salários atrasados durante meses,que foi o caso do final do ano passado.Fez de ato pensado e premeditado,demitindo todos na sexta-feira e covardemente pedindo recuperação judicial na segunda à tarde.É uma falta de respeito,para com os colaboradores,e ainda a justiça brasileira é tão lenta que com certeza esses funcionários nunca mais verão a cor desse dinheiro.
Infelizemente mais uma caso de covardia contra os funcionários.
Obrigado pelo comentário...
Um abraço
RAFAEL MATERA
A Avibras é uma empresa genuinamente nacional, com potencial tecnológico existente somente nos países do primeiro mundo. É é a única empresa no Brasil que sobreviveu neste mercado tão competivo sem ajuda governamental.
Todos países do mundo tem uma política dedicada as empresas estratégicas.
Somente devemos tomar cuidado para impor um limite de ajuda do governo, senão se torna uma bola de neve. A empresa não se preocupa mais em se tornar competitiva pq sempre tem um "background" do governo para equilibrar as contas....vide VARIG.
Obrigado pelo comentário.
Um abraço
RAFAEL MATERA
Postar um comentário