9.10.08

TAM entra na Star Alliance

Presença na aliança aérea garante compartilhamento de milhas com outras 23 empresas

A TAM ocupou definitivamente o lugar da velha Varig com sua entrada, aprovada ontem, na rede global de companhias aéreas Star Alliance. A Varig foi quase uma sócia fundadora da Star Alliance, juntando-se ao grupo cinco meses depois de sua fundação, em 1997. A velha Varig saiu da aliança em janeiro de 2007, e, no dia 1º de setembro, a nova Varig, sob o comando da Gol, interrompeu suas operações de longo curso.

Hoje, o passageiro da TAM já pode compartilhar seu programa de milhagem com alguns membros da Star Alliance, com os quais a TAM possui acordo de code-share: Lufthansa, TAP e United Airlines. E, desde ontem, também com a Air Canada, que anunciou um code-share com a TAM. Acordos bilaterais similares com os outros membros da aliança devem ser anunciados ao longo dos próximos 18 meses.

De acordo com o presidente da TAM, David Barioni, a entrada na Star Alliance vai implicar em um acréscimo de receita de US$ 60 milhões ao ano. O aumento de tráfego proporcionado pela aliança é estimado em 2 a 3 pontos porcentuais no mercado doméstico. Além da integração dos programas de milhagem, as empresas de uma aliança global compartilham mais de 800 salas VIP em aeroportos de todo o mundo, além de ganharem com conexões mais ágeis e outros serviços como despacho de bagagem.

No entanto, ainda vai levar de 12 a 18 meses para que os créditos do Programa Fidelidade TAM possam contar para a emissão de passagens em todas as 23 empresas que fazem parte da aliança. Esse é o tempo para que os sistemas de tecnologia e os programas de fidelidade da companhia brasileira sejam integrados aos das demais.

“Agora somos reconhecidos internacionalmente como a empresa de bandeira brasileira”, afirmou o vicepresidente da TAM, Paulo Castello Branco. Com a saída da Varig, a Star Alliance ficou sem parceiro na América do Sul. “Agora, com a entrada da TAM, queremos fazer de Guarulhos nosso hub (centro de distribuição de vôos) para a América do Sul”, afirmou o presidente da Star Alliance, Jaan Albrecht. A cerimônia da inclusão da TAM contou com a presença de presidentes de grandes companhias, como United e TAM, além de diversos vice-presidentes das empresas do grupo.

A TAM informou ontem que já iniciou conversas com a Infraero no sentido de reunir em um único terminal todas as empresas da aliança. “Vai ser preciso fazer algumas adaptações de espaço, mas a Infraero já sinalizou com essa possibilidade e acreditamos que isso possa ocorrer ao longo de 2009”, afirmou Castello Branco.

Desde que iniciou sua rápida expansão internacional, com a crise da Varig, a TAM vinha adotando uma postura independente, realizando acordos bilaterais com as companhias de bandeira em cada país de destino. Agora que escolheu um “parceiro para casar”, a empresa terá de se desfazer, por exemplo, do acordo que tinha com a Air France, membro do Sky Team, aliança concorrente. O acordo de code-share com a Air France acaba no dia 31. Comenta-se no mercado que a companhia francesa já está em negociação com o grupo Gol/Varig.

Já o acordo da TAM com a Lan Chile, que faz parte da One World, no entanto, permanece, mas apenas no âmbito regional, dentro da América do Sul. A Star Alliance é a maior rede global de alianças, e seus membros possuem, juntos, 31,7% de participação de mercado mundial. A Sky Team tem 25,8% de mercado e a OneWorld, 22%. Juntas, as empresas da Star Alliance voam hoje para 975 aeroportos, número que vai passar dos mil com a entrada da TAM.

De acordo com Castello Branco, o Programa Fidelidade da TAM deve passar por uma fase de adaptação para poder dialogar com os programas das demais companhias. A TAM é a única que contabiliza os créditos por meio de pontos, e deve adaptá-los para o modelo de milhagem. Recentes alterações, comunicadas aos clientes na semana passada, e que tornam o programa mais restritivo em alguns aspectos, segundo Castello Branco, são parte desse processo. “Você tem isso de um lado, mas por outro, a entrada na Star Alliance representa o acesso ao programa de milhagem de outras 23 companhias.”

Fonte: Estado de SP

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