O braço financeiro da fabricante de aviões Boeing, a Boeing Capital, começa a se preparar para suprir seus clientes com financiamento próprio, em resposta à escassez de crédito no mercado internacional. Para isso, anunciou que pode lançar no mercado papéis com valor total de US$ 5 bilhões para se capitalizar para essas operações.
A possibilidade de voltar a utilizar a Boeing Capital como fonte principal de financiamento para clientes já vinha sendo aventada por alguns dos principais executivos da controladora há algum tempo. Caso realmente volte a oferecer crédito a clientes neste ano, essa será a primeira vez desde 2006 que a empresa realizará operações desse gênero.
Em documento enviado ontem à comissão de valores mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), a empresa comunicou que poderá vender os papéis, no valor de US$ 5 bilhões, em conjunto ou em várias operações distintas. Segundo a Boeing, caso lance os papéis por meio de intermediários, ela irá, no momento apropriado, nomeá-los e indicar quais as remunerações que serão distribuídas.
No mesmo comunicado, a Boeing Capital afirma que, no último dia 30 de setembro, seu portfólio consistia de US$ 6,1 bilhões de aeronaves cedidas por meio de leasings operacionais e financeiros. No total, ela é dona de 287 aviões comerciais e dois cargueiros militares C-40. Além disso, a Boeing Capital ainda tem direitos parciais sobre outros 44 aviões.
A empresa afirmou que os recursos que eventualmente venham a ser captados com os papéis mencionados à SEC, além de poderem ser usados para financiar clientes, também poderão servir para adquirir aeronaves para oferecer em operações de leasing e financiar outros investimentos. Outra finalidade possível é a aquisição de empresas e redução de endividamento.
Segundo a companhia, a emissão desses papéis deverá levar a um aumento em seu próprio endividamento. O volume desse endividamento, porém, ainda não foi avaliado pela Boeing Capital porque, de acordo com ela, irá depender do volume de papéis emitidos, da disponibilidade de crédito e das condições gerais do mercado.
Fonte: O Globo
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