Por ser mais rápido, o avião é, de longe, o transporte preferido, mas o preço recorde das passagens tem afastado vários clientes. É o caso do representante comercial Tarcísio Neves, 55 anos, que freqüenta toda semana a ponte aérea Rio–São Paulo. Neves sentiu na pele, e no bolso, o aumento do bilhete aéreo, e vive em busca das promoções oferecidas pela internet.
– Os preços já estavam altos e continuam. Como viajo toda semana, saio em busca da tarifa diferenciada – revelou Neves. – Se temos sorte, conseguimos viajar ida e volta por R$ 350. Fora da tarifa diferenciada, o preço chega para mais de R$ 1.000.
O segredo das promoções, conta o executivo, é adaptar-se aos horários diferenciados, em que as companhias praticam os menores preços.
– Cada vôo abre uma faixa de passagem mais barata, é preciso pesquisar. E no período do caos aéreo, aprendi que o ônibus pode ser uma excelente opção – destacou.
Para Klaus Cruz, gerente de seguros, 33 anos, que também vive na ponte aérea, além de outros destinos como Curitiba e Minas Gerais, sua empresa já aconselhou os funcionários a agendarem as viagens com muita antecedência, de pelo menos três dias.
O objetivo, segundo Cruz, é fazer com que a empresa consiga negociar mais promoções e pacotes com as companhias aéreas, e também possa usufruir das tais tarifas diferenciadas.
Ônibus é alternativa
As companhias aéreas têm perdido clientes para as empresas de ônibus. Essas, por sua vez, têm destinado cada vez mais recursos para embelezar e tornar a viagem de seis horas (trecho Rio–São Paulo) ainda mais confortável.
É o exemplo da profissional de marketing Joana Duarte, 26 anos, que resolveu encarar a "ponte-rodoviária" exatamente por causa do preço salgado da passagem. A portuguesa vive no Brasil há alguns anos, e veio ao Rio passar férias com uma amiga conterrânea. Optou pelo ônibus executivo para voltar para São Paulo, e gastou apenas R$ 78.
– Cotei antecipadamente o preço da passagem aérea nas duas companhias disponíveis, dois meses antes, mas os preços ultrapassaram a casa dos R$ 300. Ficou caro para nós – contou Joana, que corria para embarcar para São Paulo com a amiga, a arquiteta Ines Moura, também 26 anos.
O motorista de ônibus José Alceu Pinto, 49 anos, afirma que prefere viajar de avião, "é muito mais rápido". Mas quando a companhia para a qual trabalha não consegue comprar com antecedência as passagens, e fica de fora das promoções, escolhe o ônibus para os funcionários.
Ele, e mais cinco colegas, tiveram de escolher o ônibus executivo, e também pagaram R$ 78 pela viagem, por causa da urgência no embarque. (C.D)
Fonte: JB
Um comentário:
Rafael, boa noite.
Se me permite complementar algumas informações:
A "ponte-rodoviária" existiu por alguns anos sim, entretanto, nos dias de hoje, a linha RIO-SAO já não opera desta forma.
São 4 empresas ao todo: 1001, Viação Itapemirim (linha pertencia a empresa Única, no passado), Expresso Brasileiro, Expresso do Sul (linha pertencia a Viação Cometa S.A.).
As ultimas empresas que citei são as mais antigas operando no trecho; a Expresso do Sul apesar de nova, carrega esta fama consigo pelo fato de ter sido "herança" da Viação Cometa (a primeira a ganhar concessão na Dutra - pertencia ao aviador Tito Mascioli, já falecido. Após sua morte, o grupo JCA, dono da empresa 1001, comprou a empresa paulista e para manter as duas no trecho, criou a Expresso do Sul, absorvendo a linha da Cometa.
A direção da nova empresa era composta por uma pessoa da família, sobrinha, o que permitiu à Expresso manter-se externa ao conglomerado de empresa do sr. Jelson da Costa Antunes, também falecido; porém, na prática dispondo de toda infra-estrutura do holding JCA.)
No passado, a 1001 operava linhas partindo de Niterói para São Paulo. Com alguns investimentos, resolveu ingressar na briga com as três grandes da época (VCSA,EBVL e ITAP), para operar viagens partindo de São Paulo para o Rio de Janeiro, resultando em disputas judiciais e no término da famosa "ponte-rodoviária".
Infelizmente careço de maiores informações e gostaria que algum dia você pudesse me explicar como funciona a ponte RIO-São Paulo no modal avião.
Abraços!
Cícero Júnior
cicero.carvalho@gmail.com
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