Economistas apontam falta de concorrência como motivo do aumento. Na ponte aérea Rio-SP, em um ano o aumento foi de 189%.
Quem viaja de avião notou que os preços das passagens em 2008 foram para o espaço. Na ponte aérea Rio-São Paulo, em um ano o aumento foi de 189%, como mostra um levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
“Eu viajo sempre na ponte aérea Rio-São Paulo e cheguei a pagar até R$ 500 pela mesma companhia”, diz a executiva Yara Bastos.
A passagem ida-volta de São Paulo para Curitiba subiu 153%. “Antigamente a gente poderia vir até mais, mas agora não tem condições. Eu paguei R$ 799 de Curitiba a São Paulo e de São Paulo a Curitiba”, reclama uma passageira.
“Eu acho que está bastante alta. Podia ser bem mais barata”, comenta um senhor. “Você acaba sendo penalizado. Precisa de uma coisa simples, mas hoje paga muito caro”, diz outro passageiro.
Para justificar os reajustes, as empresas alegam gastos, principalmente com o querosene de aviação. O preço do combustível, que responde por 40% do custo, é influenciado pela cotação do barril de petróleo no mercado internacional.
“O petróleo está caindo. Estava R$ 120 e já está R$ 72. Cadê? Baixou o quê? Está aumentando a passagem, é um absurdo”, calcula um senhor. “Não justifica esse preço tão alto”, defende outro.
Não é preciso freqüentar o check-in de um aeroporto para saber que o mercado hoje está concentrado nas mãos de duas grandes companhias aéreas. Juntas, TAM e Gol têm 92% dos vôos nacionais. Economistas apontam essa falta de concorrência como o principal motivo para o aumento das passagens aéreas. Mas para a criação de novas empresas, o Brasil também precisa fazer a lição de casa: melhorar a infra-estrutura nos aeroportos. Esta é a opinião do economista Sérgio Lazzarini. Agora, com a crise financeira, fica mais difícil.
“No Brasil, precisaríamos também expandir a estrutura aeroportuária. A gente precisaria de mais R$ 5 bilhões a mais do que foi previsto pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esses capitais deveriam vir de agentes privados, mas por falta de crédito acabou tendo problema nessa área”, afirma o economista Sérgio Lazzarini.
A TAM informou que, em 2008, o aumento médio nos preços de passagens de vôos domésticos deve ficar em 7% e que, ainda assim, essas tarifas em vigor estão abaixo das praticadas em 2006. A Gol diz que não pode se pronunciar no momento, porque nos próximos dias divulga o resultado financeiro do terceiro trimestre e, por instrução da Comissão de Valores Mobiliários, não deve se manifestar nesse período.
Fonte: G1
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