16.1.09

Para especialistas, pássaros causaram pouso forçado do avião em Nova York

Segundo controladores, 'choque com pássaros' foi reportado pelo piloto, a Autoridade de aviação diz que houve um pouso forçado, não uma queda.

Ainda não são conhecidas as causas do pouso de emergência feito pela aeronave da US Airways com 155 pessoas a bordo nas águas geladas do rio Hudson, em Manhattan, Nova York, na tarde da quinta-feira (15). No entanto, segundo especialistas ouvidos pela agência de notícias Associated Press, o choque com pássaros pode ser o motivo.
 
Segundo a agência, o piloto do voo 1549 reportou aos controladores um "duplo choque com pássaros" momentos depois da decolagem, e disse que perdeu força propulsora nos dois motores, afirmou Alex Caldwell, porta-voz da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo. Segundo ele, tecnicamente isso significa que o avião foi atingido por dois pássaros.
 
Mas o presidente da Associação de Pilotos de Linha Aérea afirmou à agência Associated Press que a mensagem do piloto pode ter significado que não é fácil saber quantos pássaros atingiram o avião.

Mapa mostra o suposto trajeto percorrido pelo avião desde o aeroporto de La Guardia até o pouso forçado no rio Hudson (Foto: Ilustração/G1)
De 1990 a 2007, cerca de 80 mil incidentes com pássaros foram reportados na aviação civil, quase um choque para cada 10 mil voos, de acordo com a FAA e o Departamento de Agricultura. 

No incidente com o avião da US Airways, todos os passageiros foram resgatados com vida, segundo a Administração Federal da Aviação Civil americana (FAA). 

O pouso

O avião, um Airbus A-320, havia decolado do aroporto de La Guardia com o voo 1549 com destino a Charlotte, na Carolina do Norte. Segundo a US Airways, havia 150 passageiros e cinco tripulantes. Informações anteriores davam conta de números entre 135 e 150 pessoas. A FAA chegou a falar em 148 passageiros, mas a companhia aérea confirmou 155 pessoas como número oficial.
 
A FAA disse estar investigando relatos de que o avião teria atingido gansos em revoada ao decolar do aeroporto LaGuardia. Um passageiro contou à Reuters que ouviu uma espécie de explosão minutos após a decolagem. "O motor explodiu. Havia fogo por todo lado, e o cheiro era de gás", afirmou Jeff Kolodjay, num cais no centro de Manhattan. 

"As pessoas estavam sangrando em toda parte. Batemos forte na água. Foi assustador", disse. 
 
Segundo o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ainda é cedo para especular sobre as causas do acidente. O avião foi rebocado e vai ser analisado para que se descubram o que fez as turbinas pararem de funcionar. Bloomberg afirmou que nenhum passageiro teve ferimentos graves. Segundo a CNN, um dos principais problemas dos sobreviventes levados ao hospital era hipotermia por conta da baixa temperatura da água do rio.
 
O governador do estado de Nova York, David Peterson, disse que o que aconteceu foi um milagre, e que o piloto do avião era um herói por conseguir pousar na água sem deixar vítimas. 

Resgate

Após o acidente, sobreviventes foram vistos sobre as asas da aeronave, aguardando serem resgatados. Imagens de agências de notícias mostravam barcos já fazendo o resgate dos sobreviventes, e a aeronave afundava aos poucos no rio.

Pouco depois do início dos resgates, um sobrevivente do acidente disse à rede de TV CNN que achava que não havia vítimas, e que todas as pessoas a bordo haviam sobrevivido. Segundo este sobrevivente, momentos antes de o avião se chocar contra o rio, o comandante do voo avisou aos passageiros para se prepararem para o impacto. Segundo a reportagem da CNN, os passageiros que eram resgatados chegavam à terra em boas condições. 

“Estou certo de que todo mundo saiu”, disse o passageiro que se identificou como Alberto Panero. "É incrível que todos estejam vivos.” 

Um outro passageiro disse ter ouvido um barulho semelhante ao de uma explosão logo após decolar. “O motor explodiu. Havia fogo em todos os lugares”, disse o passageiro Jeff Kolodjay, de Norwalk, Connecticut, à agência Reuters. “Algumas pessoas estavam sangrando durante o resgate. O impacto na água foi bastante forte. Foi assustador”, completou. 


Acidente

Responsáveis pela segurança interna dos Estados Unidos descartaram qualquer possibilidade de o acidente ter sido causado por terroristas. “Não há nenhuma informação que indique que o incidente esteja relacionado com a segurança”, disse a porta-voz do Departamento de Segurança norte-americano, Laura Keehner. “Continuamos monitorando a situação, que até agora está focando no resgate.” O próprio prefeito Bloomberg disse não haver possibilidade de ter sido um atentado.
 
Pelo menos oito barcos que fazem o transporte pelas águas do rio Hudson foram usados no resgate. Eles se aproximavam do avião que ainda flutuava e traziam a bordo os passageiros que vestiam coletes salva-vidas. 

“Vi o avião voando muito baixo, masde forma controlada. Ele caiu na água. Assim que conseguiu parar ele ficou boiando”, disse Alex Whittaker, que estava no 22º andar de um prédio na Times Square. “As portas se abriram e pude ver as pessoas saindo.” 

A US Airways publicou um comunicado dizendo que está investigando o acidente. O presidente da empresa pediu que não se especulasse sobre o que levou o avião a fazer o pouso forçado.





































Fonte: G1 e NY Times.

7 comentários:

Anônimo disse...

Y! Esse acidente só trás a tona o perigo real e imediato da avifauna ao redor dos aeroportos. Basta dar uma pequena olhadinha na maioria dos aeroportos brasileiros e observar que isso é uma rotina combatida diariamente.
Rafael, as fotos q vc conseguiu estão ótimas! Parabéns!

Anônimo disse...

Eu mesmo fiz um trabalho na faculdade sobre isso agora no último semestre e é preocupante o risco que nós brasileiros corremos todos os dias ao decolar de aeroportos onde passaros trafegam normalmente por entre aeronaves. Eu voo Cessna C152 aqui em Curitiba e dá medo quando vejo um desses urubus se aproximando. Se fez o que fez com um A320 lá em NY, imaginem com uma aeronave de pequeno porte...

raul hedeke disse...

Isto prova antes de tudo que Deus existe, e também humanos excepcionais como este comandante.
Amerrisar, ou melhor, riosar com uma aquaplanagem desta um A 320 sem que tenha se rompido é um verdadeiro milagre e uma obra de arte de um piloto.
Imaginem se voce no Brasil com o despreparo que temops quem sabe ainda ajudavam que o aviao afundasse mais rapido.
Apenas algo me encuca: em uma declaracao um passageiro fala de fogo por todos os lado. Nao é um exagero? O piloto deve ter cortado o flujo de combustivel com certeza, mas continua a duvida. Como chocou com a agua sem quebrar o corpo do aviao????
Provavelmente a sua experiencia como participante em investigacao de acidenes aéreos o permitir toma a adecisao mais adequada no momento.
Devemos somente agradecer a Deus ( que existe) por todos nossos semelhantes terem se salvado.

Anônimo disse...

Todo e qualqurcoentário a respeito deste acidente é leviano e precoce.Atribuir o evento a passáros também é uma suposição levantada pelo piloto no momento da falha!A esta altitude (3200 ft )o voo por instrumento é total e visualizar um bando de passáros na velocidade de subida (250 nós)é uma tarefa muito difícil.
Melhor nos atermos as invetigaçoes oficiais e pararmos de fazer comparaçoes tolas ,tentando desqualificar os padrões brasileiros de segurança de vôo!
Calar e esperar!
Cmte. J.A.Baptista Anac 48310-7

Arnoldo disse...

The NTSB said over the weekend that the first officer of US Airways Flight 1549 clearly saw the formation of birds seconds before they were ingested in the Airbus A320's engines, causing immediate loss of thrust and an eventual ditching in the Hudson River. The NTSB said Saturday that interviews with Captain Chesley B. Sullenberger and First Officer Jeff Skiles revealed that Skiles had seen the birds approaching in perfect formation and made note it. An instant later, Sullenberger said the windshield was filled with big, dark-brown birds. "His instinct was to duck," the NTSB's Kitty Higgins told The Associated Press, in summarizing the crew interview. Skiles was flying the leg from LaGuardia to Charlotte on Thursday afternoon, but immediately after the bird strike, Sullenberger assumed control and began the sequence of events that ultimately resulted in a successful ditching in the Hudson with all occupants surviving. As the engines spooled back, the smell of burning birds and fuel filled the cabin air system.

A entrevista com o NTSB fala claramente de passaros... Quem voa jatos (medios, ao menos), sabe o perigo que as aves representam...
Bons Voos!

Anônimo disse...

O Cmte. J A Batista exagerou ao dizer que todo e qualquer comentário agora e "leviano e precoce", assim como aao afirmar que a avaliação do piloto de que colidiu com bando de pássaros.
Isto pode ser válido para outros eventos, mas não para este em que há fortíssimas evidências de que foi devido à colisão com pássaros, tendo havido ingestão de vários por ambos motores. Ainda que cumprindo o perfil de uma subida por instrumentos, a aeronave estava visual, possibilitando, sim, o avistamento de bando de pássaros de porte relativamente grande.
Masterpilot

Unknown disse...

Excelentes fotos e otima pagina de aviação Roberto Ribeiro ,
piloto aposentado