Anunciada ao mercado há exatamente um ano, em março de 2008, a Azul conseguiu reunir recursos num pequeno intervalo de tempo para entrar em atividade, em dezembro passado. Foram reservados 200 milhões de dólares para o início das operações, valor que não sofreu cortes com a crise. E vem mais por aí. Os planos são de aplicar 3 bilhões de dólares na compra de aviões até 2013. A fonte dos recursos o presidente da empresa, Pedro Janot, não revela - sabe-se, porém, que a Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e o megainvestidor George Soros fazem parte dela. Dentro de seis anos, contudo, o tema poderá ser abordado sem mistérios. Até lá, segundo Janot, a Azul deverá estar listada na bolsa de valores.
O executivo responde ao empresário David Neeleman, o pai da Azul. Nascido no Brasil e criado nos Estados Unidos, Neeleman tem experiência no negócio da aviação popular, alma da JetBlue, companhia que fundou em 1999 nos EUA. No Brasil, o empresário espera ter 78 aviões em atividade daqui a cinco anos. Até o fim de 2009, serão 14. Tudo isso, segundo Janot, não para ter a empresa líder do mercado, mas para ter uma empresa com bom retorno financeiro. "A gente não tem o objetivo de ter uma determinada participação no mercado. Queremos obter rentabilidade por rota." Rindo do trocadilho, o executivo se esquiva de responder quando a Azul deve entrar no azul, como costuma ser chamado o equilíbrio financeiro de uma companhia.
A meta operacional da Azul é atingir uma taxa de ocupação de suas aeronaves de 65%, o que garantiria um bom retorno do negócio. Calcula-se que um voo rentável tem 60% de seus assentos ocupados. Segundo Janot, a empresa conseguiu atingir uma taxa de ocupação próxima à desejada em fevereiro. Para abastecer os primeiros voos feitos a partir de Viracopos, a empresa está oferecendo transporte gratuito de São Paulo para Campinas, um serviço de microônibus, com saída dos shoppings Villa-Lobos e Tamboré. A partir de abril, no entanto, o serviço deve passar a custar de 30 a 35 reais. Janot estima que a taxa de ocupação da TAM e da Gol gire em torno da meta da Azul. Mas, afirma ele, a novata tem uma vantagem: os jatos da Embraer são menores - o modelo 190 tem 106 poltronas e o 195 conta com 118 lugares. A menor aeronave da TAM, o A319, comporta 144 passageiros. Além de mais fáceis de preencher, os jatos da Azul são mais econômicos: consomem 20% menos combustível. "A parceria com a Embraer é vantajosa", destaca Janot.
Fonte: Abril
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