16.3.09

Com crise, OceanAir espera diminuição do crescimento em 2009

Apesar de afirmar que escaparam da crise financeira internacional em 2008, os executivos da OceanAir já esperam um resultado pior em 2009, com a empresa afetada pela turbulência na economia mundial. Em entrevista exclusiva ao Terra, o diretor geral da aérea, José Efromovich, e o diretor-executivo, Renato Pascowitch, dizem que o ano passado foi positivo graças à reestruturação ocorrida no primeiro semestre. Mas eles alertam, nesse ano, o crescimento será menor.

A perspectiva da companhia é encerrar o ano com um crescimento entre 3% e 4%. Os números menores devem continuar nos próximos dois anos, dizem os executivos. "Se não houver nenhuma grande mudança, nós não estamos esperando um crescimento maior que 3%, 4%. Para os últimos anos isso é muito baixo. A gente chegou a trabalhar com crescimento de dois dígitos", afirma Efromovich.

Ele explica que as 600 demissões anunciadas em maio do ano passado, assim como a redução de 37 para 25 rotas, ajudaram a companhia a se preparar para a crise. "Tivemos a passagem de uma situação no primeiro semestre de prejuízo para uma situação de resultados positivos".

2009

Segundo ele, as empresas vão reduzir custos e, por conseqüência, as viagens de seus executivos em 2009. Os turistas também devem optar por viajar menos vezes no ano.

"(O menor crescimento) é conseqüência de uma situação em que aquele indivíduo que previa fazer duas viagens por ano, como vinha fazendo, vai deixar de fazer. Vai fazer uma ou, eventualmente, nenhuma das duas", diz Efromovich. "Videoconferências vão substituir reuniões pessoais".

No entanto, o diretor geral da aérea afirma que a situação da OceanAir "é muito confortável". O grupo Sinergy (dono da companhia e da latino-americana Avianca) deve receber 12 aeronaves em 2009. A princípio, todas vão para a Colômbia, mas, havendo possibilidades, alguns aviões podem integrar a frota da empresa brasileira. "E não tem outra empresa no Brasil que esteja nessa condição hoje", afirma.

Novos vôos

Apesar do otimismo, a companhia não planeja um aumento grande de rotas, mas já definiu mais quatro novos vôos diários. A OceanAir opera em 23 aeroportos e 21 cidades atualmente, com 72 vôos por dia. A partir de 16 de março, serão incorporados novos trechos no Centro-Oeste (entre São Paulo , Campo Grande e Cuiabá) e no Nordeste (entre Recife e Fortaleza), aumentando esse número para 76.

Atualmente, a empresa possui 1,4 mil funcionários. Em dezembro, foram contratados cerca de 150 trabalhadores, sendo que 90% desse total foi de ex-empregados readmitidos.

Infra-estrutura

Efromovich diz que não espera do governo ajuda direta para enfrentar o momento de turbulência na economia, mas que é necessário se investir em infra-estrutura. "Fatores de segurança foram implementados, mas a eficiência que estamos procurando demanda uma infra-estrutura bem maior que existe hoje. Em São Paulo, falta aeroporto".

Para ele, o mercado brasileiro de aviação comercial tem muito que crescer. "Estamos em um país de dimensões continentais, com muita gente que nunca subiu em um avião. Espaço (para mercado de aviação crescer) tem". "Imagina incluir para voar toda a classe C. Se fala em dois novos aeroportos, nós falamos em até 50 aeroportos novos", completa Pascowitch.

Azul

Em relação à chegada de uma nova companhia aérea brasileira, Efromovich afirma não muda os planos da OceanAir. "Não fizemos diminuição de tarifas porque a Azul entrou no mercado", disse. "Estamos oferecendo aquilo que a gente acha que é justo".

Fonte: Invertia/Terra e Coisa de Piloto

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