Os governadores do Nordeste e de Minas Gerais e o governo federal começaram a analisar ontem propostas para ampliar a malha aérea regional do Nordeste, em troca de subsídios e empréstimos em condições facilitadas para as empresas. Duas propostas foram apresentadas ontem na reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, em Montes Claros. A mais ambiciosa é a da Azul Linhas Aéreas, que ampliaria em 52% o número atual de linhas aéreas regulares entre cidades nordestinas.
Pela proposta da Azul, o Banco do Nordeste financiaria a aquisição de até oito aeronaves da Embraer, a um custo médio de US$ 35 milhões cada uma. As novas aeronaves operariam duas linhas novas partindo de Teresina, três saindo de Aracaju, quatro partindo de Fortaleza, duas saindo de Salvador, quatro deixando Recife, uma saindo de João Pessoa, uma de Natal e duas de São Luis. A Azul pede a desoneração tributária do ICMS sobre o querosene de aviação, o que poderia afetar a receita futura dos Estados.
A outra proposta, mais modesta, foi apresentada pela Trip Linhas Aéreas, que adquiriria sete novos aviões: cinco jatos Embraer e dois turboélices ATR. Com essa frota a empresa passaria a operar sete novas rotas, algumas bastante longas.
A proposta de rota 3, por exemplo, envolve um voo de Fortaleza a Salvador, com escalas na ida e na volta em Natal, Campina Grande, Recife e Petrolina.
Duas das rotas propostas pela Trip não receberiam financiamento da Sudene, por terem como destinação final Palmas (TO) e Belo Horizonte, que estão fora da zona de benefício.
Segundo o superintendente da Sudene, Paulo Fontana, o tema será discutido nos próximos dias em uma reunião da superintendência com as companhias aéreas, o que incluiria aquelas que não apresentaram propostas ainda.
O trânsito aéreo regional no Nordeste é tão limitado que chega a dificultar as reuniões itinerantes da própria Sudene.
Fontana relembrou o encontro de julho do ano passado em Teresina, que obrigou aos técnicos e políticos de Salvador a enfrentar voos que chegaram a durar 22 horas para irem da Bahia ao Piauí, tempo suficiente para uma viagem do Brasil para o Extremo Oriente.
De Maceió a João Pessoa, um trecho rodoviário cumprido em não mais que quatro horas de viagem de carro, o passageiro que preferir ir de avião enfrentará uma jornada de oito horas, além de pagar uma tarifa próxima a R$ 2 mil.
Fonte: O Globo
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