Michael Porter, o guru da competição, costuma dizer que há duas maneiras de se construir uma vantagem real e permanente sobre a concorrência. Uma delas é perseguir a liderança em custos baixos - o que significa apostar numa operação altamente eficiente combinada com a capacidade de vender produtos e serviços em escalas faraônicas. A outra é buscar a liderança em diferenciação - que pode ser vista como a capacidade de entregar produtos e serviços com qualidade, prestígio e rentabilidade insuperáveis.
Porter afirma que essas duas estratégias de competição são incompatíveis. Uma empresa focada na vantagem do baixo custo dificilmente consegue se destacar pela qualidade e complexidade de seus produtos ou serviços. O contrário também é verdadeiro: quem busca o caminho da diferenciação é obrigado a arcar com custos mais altos, independentemente do patamar de eficiência em que se encontra.
Há empresas que levam o dilema de Porter às últimas consequências. Uma delas é a Ryanair, a mais famosa companhia aérea de baixo custo da Europa. Voar pela Ryanair é ridiculamente barato - algumas passagens chegam a custar apenas 1 libra. Em compensação, a qualidade do serviço é tão baixa que, às vezes, provoca revolta. Recentemente, o jornal The Times, de Londres, publicou uma impagável lista dos 20 motivos para jamais subir num avião da Ryanair. O primeiro deles: voos de 1 libra jamais custam apenas 1 libra de fato.
O curioso disso tudo é que Michael O'Leary, presidente da Ryanair, não faz questão nenhuma de rebater as "acusações". O serviço da Ryanair pode ser precário, mas continua sendo, bem, ridiculamente barato - e isso faz toda a diferença numa época de crise.
Fonte: Amanhã
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