O fabricante aeronáutico europeu Airbus trabalha em um projeto para substituir as caixas-pretas dos aviões, que armazenam os dados de voo, por um sistema de envio da informação por satélite e assim evitar que esses dispositivos se percam em caso de acidente.
Esta revelação foi feita pelo presidente da Airbus, Thomas Enders, que em entrevista publicada hoje pelo jornal "Le Parisien" explicou que no lugar das caixas-pretas a empresa examina "a possibilidade de melhorar o sistema atual com outro método de recopilação de dados".
"Os dados mais importantes dos voos poderiam, por exemplo, ser transmitidos em tempo real por satélite como já ocorre com as informações vinculadas à manutenção do avião" para assim ter certeza de que, em caso de acidente, podem se recuperar todos os dados do voo, precisou Enders.
Este anúncio coincide com os trabalhos de busca das caixas-pretas do Airbus da Air France que no dia 31 de maio caiu no Atlântico quando fazia ai do Rio de Janeiro para Paris, causando a morte de seus 228 ocupantes.
O presidente do fabricante aeronáutico assinalou que neste caso "se vê a dificuldade de recuperar as caixas-pretas que estão no fundo do oceano".
Apesar de tudo, acrescentou que sua empresa está "disposta a fornecer um apoio financeiro significativo para a nova fase de busca das caixas-pretas" que vai a dirigir o organismo francês encarregado de investigar acidentes de aviões, o BEA.
Precisamente, o presidente do BEA, Paul-Louis Arslanian, tinha lembrado no início de semana que há muito tempo há uma reflexão internacional sobre substituir o sistema atual e que se colocam dois tipos de soluções: desenhar caixas-pretas que flutuem no mar ou transmitir os dados durante o voo.
Arslanian disse, no entanto, que "existem numerosos freios" para ambas as hipóteses como o preço e, além disso, seria preciso idealizar um dispositivo para "protegê-las contra um uso abusivo" ou sua eventual manipulação se os dados se transmitissem por satélite em lugar de conservar-se nas caixas-pretas.
O próprio criador das caixas-pretas, o francês Pierre Jeanniot, considera que "hoje são obsoletas" sobretudo porque há "novas tecnologias" que permitem o envio de informações se não de forma contínua, em caso que houvesse qualquer sinal de falha em um avião.
O custo desse sistema seria de "aproximadamente US$50 mil por aeronave", segundo a estimativa de Jeanniot publicada por "Le Parisien".
Fonte: EFE
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