23.9.09

Demanda em alta abre espaço para aumento nas tarifas aéreas, diz TAM

A julgar pelo forte crescimento do tráfego aéreo doméstico nos últimos meses, superior a 20% em agosto e em julho na comparação com o mesmo período de 2008, a tendência é de haver no setor um "pequeno reajuste de tarifas", disse o diretor de vendas da TAM, Klaus Kühnast. Segundo ele, contribuem para a melhora dos preços das passagens a recuperação do mercado corporativo, com uma consequente melhora da ocupação de assentos da classe executiva. "A melhora do mercado executivo ajuda a aumentar a média e a recompor as receitas do setor."

Na avaliação do executivo, existe espaço para aumento de "yield" - receita bruta de transporte de passageiros dividida pela quantidade de clientes - porque as tarifas "não estão apenas competitivas, mas muito baixas", situação provocada pela entrada de novas companhias no mercado doméstico e também pela necessidade de "encher os aviões" em tempos de crise. Kühnast calcula que a indústria brasileira de aviação esteja com preços 20% menores do que os de 2008. "Mas o aumento de preços esperado daqui por diante, que será um processo natural e depende dos outros players, não levará as passagens aos mesmos patamares de 2008", disse o executivo, que participou ontem de seminário na Câmara Americana de Comércio (Amcham).

No primeiro semestre, a TAM teve um yield negativo em 8,2% para voos nacionais. Quando apresentou os dados do balanço à imprensa, no mês passado, o vice-presidente de Finanças, Gestão e TI, Líbano Miranda Barroso, informou que esse indicador vinha subindo 10% entre julho e agosto, comparativamente ao segundo trimestre, o que deve levar o indicador a um valor negativo em 5% no exercício completo de 2009. A TAM não revela a projeção de yield para os voos internacionais.

Para manter mercado no novo contexto da economia, as empresas aéreas terão de mudar sua forma de trabalho, disse Kühnast. O diretor de vendas da TAM destacou que o setor entendeu que não pode mais direcionar suas atenções somente ao mercado corporativo. "O setor de lazer está crescendo muito e vemos que há muitos investimentos em hotéis e na expansão do escopo de agências de viagens que antes trabalhavam exclusivamente com empresas."

Outras tendências, segundo ele, são a de melhoria dos sistemas de distribuição, com avanço da participação de empresas de viagem online, aprimoramento dos sistemas de atendimento, além do estabelecimento de parcerias e alianças.

Fonte: Folha de SP


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