Mas não há data para definir o novo presidente da maior aérea do país
Será numa estreita sala, com visão para as pistas do Aeroporto de Congonhas, que a sucessão presidencial na TAM deverá ser discutida oficialmente pelo seu Conselho de Administração a partir de hoje, mais ainda sem data certa para uma definição entre uma solução interna ou um executivo do mercado.
Embora não esteja na pauta da reunião mensal que ocorre hoje, há chances de os oito integrantes do conselho colocarem o assunto na longa mesa retangular para cerca de 20 pessoas. Na parede próxima à cabeceira, o lugar é para a foto do fundador da TAM, comandante Rolim Amaro.
"O assunto não está na pauta, mas pode ser objeto de comentários. Caso isso aconteça, pela primeira vez os conselheiros vão tomar conhecimento de nomes", relatou um membro do Conselho de Administração da TAM a uma pessoa próxima a ele. Segundo a fonte, a presidente do conselho, Maria Cláudia Amaro, filha do comandante Rolim, ainda não apresentou formalmente nenhum nome. Integram o conselho seu irmão Maurício, a mãe Noemi, André Esteves (presidente do BTG/Pactual), Marco Antônio Bologna (ex-presidente da TAM), Alexandre Silva (ex-presidente da GE no Brasil), Emílio Romano (presidente do grupo Puerta Alameda) e Waldemar Verdi Jr (presidente da GV).
Desde 9 de outubro, quando o então presidente David Barioni Neto deixou a empresa, a sucessão tem produzido diversos rumores. Por enquanto, acumula a função o vice-presidente de Finanças da TAM, Líbano Barroso.
Diversos executivos já apareceram no noticiário como candidatos: Fernando Pinto, comandante da portuguesa TAP; João Cox, presidente da operadora de telefonia Claro; Ricardo Knoepfelmacher (ou Ricardo K.), ex-presidente da Brasil Telecom. Como solução caseira, até mesmo Maria Cláudia entrou na bolsa de apostas. Ainda internamente, o vice-presidente Comercial e de Planejamento, Paulo Castello Branco, e Barroso são candidatos. Em recente entrevista à imprensa, Barroso sorriu quando perguntado se desejava permanecer no comando.
"Não há uma sangria, um desespero na TAM para que haja uma definição do presidente amanhã (hoje)", diz outra pessoa que acompanha as decisões do conselho de perto. Segundo essa fonte, Cox nem conversou com algum representante da TAM, mas com Ricardo K. houve aproximação, que não prosperou. "A família dá preferência para algum executivo de uma multinacional, que tenha experiência internacional", diz outra pessoa, próxima à família Amaro.
O analista de transporte do Santander, Caio Dias, diz que o mercado não vê com bons olhos a indefinição na sucessão na TAM. Dias conta que o mercado considera os resultados financeiros da TAM, e também da Gol, "alavancados". No entanto, lembra que a margem das duas companhias é bem diferente, de 2,5% para a TAM e de 6,6% para a Gol, no terceiro trimestre, uma indicação de que a TAM está se saindo pior na guerra tarifária. "A TAM tem um custo unitário por assento maior", diz.
Fonte: Valor Econômico
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