por JB Online :: JBlog Slot
"Ele é, seguramente, uma das maiores estrelas da aviação comercial, já que o Concorde não voa mais e o A380 não tem um décimo do seu charme histórico. Há 40 anos entrava em operação o primeiro Boeing 747 e essa aeronave continua merecendo admiração. É um projeto excelente e que se mostrou capaz de enfrentar o desafio do tempo. Até agora, mais de 1.400 desses jatos deixaram a fábrica de Payne Field, Seattle. Partes da aeronave são produzidas em outros locais, como a fuselagem com mais de 60 metros de comprimento, feita em Hawthorne, Califórnia. De brinquedos a filmes, o Jumbo é um ícone da sociedade moderna tanto quanto a sopa Campbell ou uma foto do Che.
Até isso acontecer, no entanto, o jato enfrentou turbulências. Para começar, o tamanho era algo novo em uma aviação habituada a considerar o ótimo 707 como o puro-sangue transoceânico. A cabine elevada do primeiro double decker do mercado levou muitos pilotos a desconfiarem da sua real capacidade de voar e tirou o sono de gerentes de aeroportos não acostumados a controlar um embarque de 400 passageiros de uma vez só. O voo inicial ocorreu no dia 21 de janeiro de 1970, porém o registro correto é outro: a decolagem do JFK, rumo a Heathrow, Londres, foi à 1h52 do dia 22 em função de um atraso.
Viajei algumas vezes no 747, na Air France, Lufthansa e El Al. Como a configuração depende de cada companhia, não dá para comparar em termos de espaço. Aliás, são 107 as configurações possíveis de acordo com o fabricante. O que sempre me chamou a atenção nesses aviões foi a grande sensação de segurança que transmitem aos passageiros, com a velocidade de cruzeiro de 913 km/h e um alcance que passa de 13 mil km. Não sei se isso se dá pelo fato de ser quadrirreator, mas que é visível isso é. Em altitude, tem-se a impressão que o desenho o ajuda a enfrentar melhor as CAT (clear air turbulence), por exemplo.
Apesar da discussão em torno da sua aposentadoria – já adiada várias vezes – a Boeing planeja lançar ainda uma versão modernizada do Jumbo, o 747-8. É o sinal de que, mesmo tendo o consumo em quatro turbinas e enfrentando a concorrência dos birreatores, esse mastodonte ainda será visto cruzando os céus por um bom tempo. E com um impressionante histórico de segurança e de resistência.
O Jumbo, que estrelou megasucessos de Hollywood – a série Aeroporto o mostra quase indestrutível – ainda é o detentor de um triste recorde, o do envolvimento no pior acidente aéreo da história, um choque de dois 747 em Tenerife, nas Ilhas Canárias, em 1977. Foram 585 mortos como resultado de uma série de erros humanos. Ainda assim, um detalhe escapa oculto pelo peso da tragédia: por muito pouco um dos pilotos não conseguiu evitar a colisão, tirando a aeronave do chão mesmo sem ter chegado à velocidade ideal para decolar, o VR (Rotate). Seria uma façanha do projeto.
Como admirador de aviões e passageiro frequente, faço questão de ressaltar que o 747 não foi apenas um salto técnico, mas representou o início da era das viagens de luxo. Os decks da Pan Am, nos áureos tempos, funcionavam como se fossem clubes elegantes em Nova York. “Voar era uma experiência social diferente”, recorda uma ex-comissária da empresa. Hoje, na maioria dos 747-400 ainda continua sendo, porém voltada muito mais à superação do sacrifício do que às elegias do conforto. Mas pelo menos o voo é sempre agradável – a pressurização da cabine nunca me incomodou, ao contrário do que ocorre, por exemplo, no A330 – e muito confiável."
Fonte: JBlog Slot
3 comentários:
Caramba! Esse Marcelo Ambrósio trabalha para a Boeing? O Jumbo foi um ícone, sim, mas dizer que o A380 não tem um décimo do seu charme é totalmente tendencioso.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk isso é inveja meu, a Airbus desbancou a Boeing com o A380 daí eles querem fazer uma "lavagem cerebral" para as pessoas quererem a boeing... Otários!!!
Airbus is the best!!!
O 747, além de charme, tem 40 anos de história. O A-380 pode chegar lá um dia. Tomara! De todo modo, o design do 747 continua sendo mais atraente aos meus olhos.
Abraços,
Postar um comentário