Novas regras podem restringir entrada de baterias de lítio em aeronaves, o que podem causar transtornos para fabricantes e usuários.
Comprar seu próximo laptop ou smartphone online pode sair um pouco mais caro de uma proposta do pouco conhecido Departamento de Transportes dos Estados Unidos para limitar o envio de dispositivos pequenos com bateria pelo ar for aprovada, diz um grupo da indústria que se opõe à ação.
Passageiros aéreos também podem ser afetados, já que as regras banem bateria de lítio em bagagens e podem ser estendidas para baterias alcalinas e de níquel metal-híbrido, argumenta o diretor executivo da Associação de Baterias Recarregáveis Portáteis, George Kerchner.
“Será um pesadelo para os passageiros”, disse Kerchner.
No dia 8 de janeiro, o departamento de Administração de Segurança de Materiais Perigosos (PHMSA, da sigla em inglês) anunciou planos de eliminar exceções de pequenas baterias de células, definidas como capacidade de menos de 100-watt/horas (baterias de laptop costumam ter de 60 a 80 watt/hora).
Pequenas baterias de lítio são considerados materiais perigosos de nível 9, uma categoria que inclui gelo seco e bens magnetizados. Baterias abaixo de 100 watt/horas foram por muito tempo deixadas de fora da lista.
A PHMSA, em consulta com a Administração Federal de Aviação (FAA, da sigla em inglês) e comitês legislativos relacionados, disse que acabar com a exceção vai forçar fabricantes a usar pacotes mais pesados e cortar o número de acidentes.
“Sob as regulamentações existentes, uma tripulação pode não saber do perigo de ter diversas baterias de lítio no avião, enquanto um pacote com tinta inflamável e gelo seco pode ser sujeito a aplicação integral das regulamentações”, disse o presidente da Casa de Transportes e Infraestrutura, Jim Oberstar. “Isso faz pouco sentido.”
Kerchner disse que em vez de regras estritas, seria melhor ter aplicação maior das regras atuais.
As mudanças propostas afetariam tudo, de desfibriladores a iPads. Mesmo próteses auditivas sofreriam impacto, ele diz.
E por fazer os Estados Unidos com regras mais estritas do que a Organização Internacional de Aviação Civil, que regula o resto do mundo, será necessário que fabricantes e transportadores modifiquem a forma de envio de produtos eletrônicos.
Por enquanto, a bateria dentro de notebooks pode precisar ser empacotada em uma caixa separada com documentos de envio adicionais, ele disse.
Isso também pode significar um incontável número de profissionais que terão dificuldades para carregar uma simples caixa com um iPod ou um laptop, disse Kerchner.
“Estamos falando sobre bilhões de dólares”, ele disse. Esses novos custos vão ser repassados pelas fabricantes e transportadoras para os consumidores.
“Se você comprar uma nova câmera digital e quiser que a entrega seja rápida, talvez tenha que pagar de 30 a 40 dólares a mais pelo transporte”, ele disse. “Vai ser um grande impacto nas vendas online.”
As mudanças propostas vão afetar todos os consumidores, ele disse, já que bens eletrônicos tendem a ser enviados rapidamente da Ásia para os Estados Unidos pois costumam perder o valor rapidamente.
Para quem viaja de avião, o departamento também proibiria passageiros de manter baterias alcalinas extras na bagagem. Essas baterias são aceitáveis se estiverem dentro de dispositivos.
Por mais que saiba que o departamento registrou 40 acidentes aéreos relacionados a baterias de lítio desde 1991, Kerchner disse que foi apenas um pequeno número no contexto de 2,2 bilhões de baterias transportadas em 2008.
“O que nós descobrimos é que quando transportadoras estão nas conformidades, não tiveram incidentes”, ele disse. “A indústria tem um bom histórico de segurança.”
Fonte: Eric Lai (Computerworld) via IDG NOW / Aviation News
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