Fenômeno meteorológico retardou dissipação de riscos de vapor condensado
O céu do Rio Grande do Sul ficou riscado por aviões ontem. Os riscos de vapor condensado deixados por aeronaves são comuns, mas, devido a um fenômeno meteorológico, permaneceram por mais tempo que o normal, ornamentado de branco o espaço azul. A cada passagem dos aviões, as marcas não se dissipavam, formando desenhos que surpreenderam os gaúchos.
Os traços chegaram a ser detectado por satélites na manhã de ontem. As trilhas de condensação dos aviões são chamados de contrails ou vapor trails e são mais comuns de ocorrer em regiões mais frias.
De acordo com Estael Sias, da Central de Meteorologia, a temperatura mais baixa do que o normal na altitude onde os aviões voam e o céu limpo podem ter contribuído para que o fenômeno fosse melhor observado. O rastro é causado pelo contato dos vapor lançado pelos exaustores das aeronaves em alta temperatura com o ar gelado, em marcas negativas.
Se o temperatura estiver muito baixa, o feixe branco pode se transformar em minúsculos cristais de gelo, que se transformam numa verdadeira pista que fica na atmosfera por mais tempo. O vapor de escape ocorre geralmente acima de 8 mil metros de altitude, onde a temperatura está abaixo de -40 °C. Quem está dentro do avião não percebe, mas no solo, quando as condições climáticas são favoráveis, é possível observar melhor o espetáculo meteorológico, como ocorreu ontem.
Os rastros fazem parte de pesquisas até da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). Há estudos que indicam que as trilhas podem afetar o equilíbrio da radiação na Terra. Após o atentado de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o tráfego aéreo ficou bloqueado por dias. As medições de cientistas mostraram que, neste período, sem as linhas de vapor ocasionadas pelos aviões, um anormal aumento da temperatura média diurna foi registrado em todo o território americano, verificado por 4 mil estações meteorológicas espalhadas pelo país.
Fonte: Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário