29.7.10

Rotas brasileiras mudam mapa aéreo da América Latina

Das dez ligações domésticas que mais aumentaram a oferta na região, sete são do Brasil

O forte crescimento da aviação comercial brasileira está redesenhando o mapa do setor na América Latina. A ligação São Paulo-Brasília desbancou Cidade do México-Monterrey e tornou-se a segunda rota mais movimentada da região, atrás apenas da ponte Rio-São Paulo.

Além disso, das cinco rotas com maior oferta de assentos, figuram outras duas ligações domésticas no Brasil: São Paulo-Porto Alegre e São Paulo-Curitiba. Elas superaram duas conexões aéreas no México, onde a aviação sofreu bem mais os efeitos da crise global de 2009, enquanto o número de passageiros no Brasil continuou crescendo.

As informações constam de relatório divulgado ontem pela Associação Latinoamericana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), cujas filiadas representam 90% do tráfego aéreo comercial na região. A entidade analisou o desempenho, no ano passado, de 510 aeroportos e 2.192 pares de cidades (rotas).

"A compilação dessas informações é mais uma evidência da tendência de contínuo crescimento das rotas na América Latina e no Caribe, assim como da aviação (da região) como um todo", afirmou o diretor-executivo da ALTA, Alex de Gunten, na introdução do relatório anual.

O levantamento mostrou que, em qualquer indicador, o aeroporto internacional da Cidade do México é o mais movimentado da região. O aeroporto de El Dorado (Bogotá) é onde a oferta total aumenta mais rapidamente - foram 13 mil voos adicionais em 2009 - e Tocumen (Panamá) onde há o maior crescimento de rotas internacionais.

Dos cinco aeroportos cuja oferta de voos (domésticos e internacionais) mais se expandiu, no ano passado, quatro estão no Brasil: Viracopos, Santos Dumont, Brasília e Guarulhos. O relatório não avalia, porém, as condições de infraestrutura.

Outro dado que demonstra a vitalidade da aviação brasileira é o de ligações domésticos com maior crescimento na oferta de assentos. Das dez que mais aumentaram, nada menos que sete são brasileiras. A única que não tem São Paulo como origem ou destino é a rota Belo Horizonte-Brasília, com alta de 31%. De todos os voos internacionais na América Latina, dentro da região ou para outros continentes, o de maior movimento é Buenos Aires-São Paulo, com cerca de 1 milhão de assentos disponíveis por ano, 40% acima do segundo no ranking (Buenos Aires-Santiago). Além disso, as ligações de São Paulo a Santiago, Nova York e Miami estão entre os dez principais voos internacionais.

O estudo evidenciou ainda a falta de conectividade do Caribe com o restante da região: de suas 20 principais ligações, 17 são com os Estados Unidos ou com a Europa, e apenas três com cidades latino-americanas.

Fonte: Aviation News

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