28.12.10

Piloto Automático...

AGÊNCIA EUROPÉIA DE SEGURANÇA COLOCA EM CHEQUE SISTEMA DE PILOTO AUTOMÁTICO DOS AIRBUS A330 E A340

A Agência Europeia de Segurança Aérea reconhece problemas no funcionamento do piloto automático dos aviões A330 e A340 da Airbus, quando também ocorrem deficiências nas sondas que medem a velocidade dos aparelhos. Em uma recomendação enviada aos pilotos que operam voos de longa distância, datada de 22 de dezembro, a Agência Europeia de Segurança Aérea alerta sobre precauções que os comandantes de bordo de modelos Airbus A330 e A340 devem levar em conta no uso do piloto automático. 

O documento afirma que em alguns casos o piloto automático pode dar ordens equivocadas ao aparelho e descreve a seguinte situação: quando as três sondas Pitot que medem a velocidade dos aviões não funcionam corretamente, o piloto automático é imediatamente desligado. Mas pode acontecer, em seguida, que duas sondas Pitot meçam velocidades idênticas do avião, porém falsas. Numa situação como essa, o comandante de bordo pode reativar o piloto automático, que baseado nessas indicações erradas de velocidade, dará ordens inadequadas como empinar o bico do avião em posição vertical ou fazê-lo virar de bico para baixo. 

Por isso, a Agência Europeia de Segurança Aérea pede aos pilotos dos modelos A330 e A340 que verifiquem daqui para frente se há coerência na velocidade dos aviões antes de reativar o piloto automático. A Airbus relativiza a situação descrita na nota da Agência Europeia de Segurança Aérea, dizendo que a chance de isso acontecer é infinitesimal. Mas esse é um dos cenários que pode ter ocorrido na queda do voo AF 447 Rio-Paris, da Air France, que matou 228 pessoas no final de maio do ano passado. Segundo a agência francesa BEA, que investiga as causas do acidente, "a incoerência na medição da velocidade do avião foi um dos elementos de uma série que provocou a queda do avião, mas não o único".

A Airbus lembra que não foi possível saber se os pilotos do voo Rio-Paris reativaram o piloto automático. Cauteloso, o fabricante diz que só as caixas-pretas do avião, desaparecidas até hoje, podem confirmar essa hipótese. A quarta fase de buscas das caixas-pretas no fundo do Atlântico vai começar em fevereiro.

Fonte: AFP / RFI / Aviação.com

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