Todo grande aeroporto é um hub – o jargão de aviação para “centro de distribuição de vôos”. Sempre que não existe um vôo direto entre o lugar onde estamos e o destino aonde queremos chegar, acabamos usando um hub para pegar o vôo de conexão.
Alguns aeroportos ao redor do mundo, porém, acabaram se especializando em oferecer conexões convenientes entre os lugares mais disparatados. São aeroportos que servem a companhias aéreas muitíssimo maiores do que os seus mercados locais. Em alguns deles o volume de passageiros em trânsito é maior do que o número de desembarques como destino final. Há os que se esmeram em se tornar uma atração em si, com free-shops e entretenimento que justifiquem o intervalo entre vôos. Veja se algum deles pode estar no seu caminho.
Cingapura. A Singapore Airlines – que começa a voar para São Paulo agora em março – foi a primeira companhia aérea de país pequeno a perceber o potencial de se tornar um grande transportador internacional. Por isso investiu para fazer do aeroporto de Chang’i o mais confortável do planeta. Há europeus e australianos que programam suas viagens via Cingapura só para poder usufruir algumas horas de seu aeroporto. É um hub especialmente indicado para viagens ao Sudeste Asiático – de Bali ao Vietnã. A rota para o Brasil faz uma escala em Barcelona, que pode ser aproveitada na ida ou na volta.
–> Changi Airport, Cingapura
Dubai. No quesito aviação, a história de sucesso de Dubai é inteiramente baseada no modelo de Cingapura – mas com aquela pitada de megalomania típica dos Emirados. O aeroporto de Dubai é um imenso shopping center de artigos de grife; as compras sempre valem cupons para concorrer a sorteios de carros de luxo. A abertura da rota direta a São Paulo pela Emirates (são 14 horas de voo) tornou Índia, Sri Lanka e Maldivas muito mais próximos – e passou a oferecer boas alternativas para chegar ao Oriente Médio, China, Austrália e Japão.
–> Dubai International Airport
Cidade do Panamá. O padrão se repete: um país pequeno, um mercado interno restrito, uma companhia aérea eficiente – no caso, a Copa Airlines (que tem acordo operacional com a americana Continental): pronto, estão reunidas as condições para um grande hub. Autointitulado “hub das Américas”, o aeroporto da Cidade do Panamá atua como elo de ligação entre os destinos da Copa na América do Sul, América Central e Caribe. Depois de São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Manaus, agora Porto Alegre e Brasília ficarão mais perto de destinos como Cancún, Havana e San Andrés.
–> Aeropuerto Internacional de Tocumén, Panamá
Campinas. Nos Estados Unidos, a JetBlue – modelo para a brasileira Azul – faz apenas rotas bate-volta, sem conexões envolvidas. Para se adaptar às peculiaridades do mercado brasileiro, porém, a Azul acabou fazendo de Viracopos um hub que torna práticas rotas como Florianópolis-Goiânia e Porto Alegre-Vitória sem passar pelos saturados Congonhas ou Cumbica. O movimento do aeroporto cresceu tanto que acabou atraindo mais vôos da concorrência – e, recentemente, três freqüências semanais da TAP a Lisboa.
–> Aeroporto de Viracopos, Campinas
Lisboa. Combinando sua malha europeia com as rotas a nove cidades brasileiras, a TAP fez de Lisboa o mais importante hub para voos entre a Europa e o Brasil. Hoje Lisboa é o caminho mais curto para um sueco chegar a Recife, ou um belo-horizontino viajar a Veneza. Cada nova adição de destino – Moscou, Casablanca, Atenas – inaugura um atalho para quem sai do Brasil (ou quer vir para cá). Intervalos apertados de conexão são facilitados por um sistema que “pesca” na fila da imigração passageiros dos vôos prestes a fechar.
–> Aeroporto da Portela, Lisboa
Lima. Está sendo usada pela Lan como escala para levar argentinos, brasileiros e chilenos a destinos como Cancún, San Francisco e Punta Cana. E, num movimento bastante original, lançou vôos diretos de lá à Ilha de Páscoa e Foz do Iguaçu, para servir aos estrangeiros que queiram fazer o circuito das maravilhas da América do Sul. Sua concorrente Taca é especialista em América Central, mas também leva à costa oeste dos Estados Unidos – e está investindo em novos destinos no Cone Sul, como Porto Alegre e Montevidéu.
–> Aeropuerto Jorge Chávez, Lima
Charlotte. De todos os destinos americanos com voos diretos do Brasil (os outros são Miami, Nova York, Chicago, Dallas, Houston, Atlanta, Washington e Los Angeles), a cidade da Carolina do Norte é a única que não tem atrativos turísticos ou comerciais. Em compensação, oferece os preços em conta da US Airways e conexões mais rápidas do que a média, já que o vôo vindo do Rio de Janeiro é o primeiro do dia (e o único do seu horário), o que faz diminuir a fila da imigração. Aproveite para desembarcar em Nova York num aeroporto mais próximo, como LaGuardia.
–> Charlotte Douglas International Aiport
Helsinque. O aeroporto da capital finlandesa é o primeiro do Ocidente a ter toda a sua sinalização em mandarim, japonês e coreano. Isso porque a Finnair está investindo nos destinos do extremo oriente, aproveitando que a curvatura da terra na sua latitude deixa a rota mais curta. Lembre-se disso da próxima vez que estiver nas redondezas da Escandinávia…
–> Aeroporto Helsinki-Vantaa
Fonte: Originalmente publicado na página Turista Profissional, que sai toda terça no suplemento Viagem & Aventura do Estadão.
Um comentário:
Alguem em sã consciência, enxergaria o GIG-Galeão como HUB, de quê mesmo????. Vide o aeroporto de Campinas-VKP, o teto desabou sobre as cabeças dos passageiros atônitos, aquilo é um "puxadinho" de isopor. Hã amigos, ao estarem no terceiro andar do AIRJ-GIG/ Galeão,muito cuidado ao utilizar os caixa automáticos dos bancos, alguns possuem "xupa-cabra", roubarão suas senhas, funcionários denunciam isto. Galeão??? você ainda ai passar maus momentos neste terminal, que cada dia vai muito mal, é um doente terminal!!.
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