Aeronáutica estuda proposta para diminuir zona de abrangência do aeroporto Pinto Martins e, com isso, liberar maiores áreas de Fortaleza para construção de edifícios com alturas maiores que as hoje permitidas
A Aeronáutica acenou com a possibilidade de reduzir o raio de exigência do aeroporto de 45 km para 5 km. A afirmação é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon), Roberto Sérgio Oliveira Ferreira.
Segundo ele, a possibilidade de mudança foi anunciada durante a reunião dos empreiteiros cearenses e Prefeitura de Fortaleza com os representantes da Aeronáutica (Comar 2 e Departamento de Controle do Espaço Aéreo - Decea), ocorrida no dia 24 de agosto, na Federação das Indústrias do Ceará.
Segundo Ferreira, a própria portaria da Aeronáutica (a 256) já prevê situação na qual se encontra o território de Fortaleza, no seu artigo 94, que diz:
“Se a solicitação de uma implantação não atender aos requisitos técnicos estabelecidos, nesta Portaria e nas demais normas vigentes, e o Poder Municipal/Estadual manifestar-se, oficialmente, pelo interesse público na referida implantação, o Decea informará as restrições necessárias às operações do aeródromo, para garantir a segurança da navegação aérea; e se, ainda assim, for ratificado pelo Poder Municipal/Estadual o interesse publico no empreendimento, o Comandante da Aeronáutica poderá emitir portaria, autorizando a implantação, e o Decea emitirá a documentação necessária a mitigação dos efeitos adversos e a manutenção do nível de segurança operacional.”
Para o presidente do Sinduscon, este artigo afasta a possibilidade, anunciada, de limitar as operações do aeroporto Pinto Martins para grandes aeronaves e abre uma janela para o impasse em que se encontra construtoras, Prefeitura e Aeronáutica.
“O Decea ficou de analisar nossa proposta e enviar para o Comar que dará seu parecer em conjunto com o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito.”
Ferreira acha que o que falta, neste momento, é pressão política e técnica. Por isso, defende a entrada do governador Cid Gomes nestas negociações. “Precisamos da ajuda do governador porque a questão aparenta ser mais política do que só técnica”, diz.
Cautela
No bairro engenheiro Luciano Cavalcante o Plano Diretor de Fortaleza libera a região para que se construa no gabarito máximo. No entanto, a Portaria da Aeronáutica determina como sendo altura máxima na região 48 metros.
“Conversei com um comandante de aeronave e ele me disse que os aviões passam, naquele ponto, a 300 metros de altura o que não representa risco algum às aeronaves”, afirma Roberto Sérgio Ferreira, acreditando que haja excesso de cautela por parte da Aeronáutica. “Eles só veem a segurança”.
Fonte: O Povo Online
Um comentário:
A frase é lapidar: "Eles só veem a Segurança", e por falta dela os acidentes deste ano de 2011 bate recorde assutador. A irresponsabilidade está no limite em se falando em segurança de vôo no Brasil.
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