23.10.11

Infraestrutura “Made in China”


Ao ler a Aeromagazine deste mês, nº 209, me deparei com uma reportagem muito interessante. A revista compara a aviação comercial, aviação militar, indústria aeronáutica, aviação executiva e infraestrutura aeroportuária da China, Brasil e Rússia. Entretanto, o que mais me chamou a atenção, não foi a comparação, foi a parte em que ele falava sobre a Infraestrutura Aeroportuária da China. Segue a cópia fiel da reportagem:



Os investimentos da China em infraestrutura assombram. São gigantescas hidroelétricas, 500km de metrô em cinco anos, meta de construir a maior malha para trem bala do mundo e os maiores e mais modernos aeroportos já construídos na face terrestre.

No setor aéreo, a China hoje possui 50 grandes aeroportos, que movimentam juntos mais de 450 milhões de passageiros por ano. Segundo as autoridades chinesas, serão construídos 97 aeroportos nos próximos cinco anos , elevando o número total de aeroportos civis para mais de 230, cobrindo 83% da população. E todas as grandes cidades terão pelo menos dois aeroportos de grande porte.


"Os investimentos na infraestrutura aeroportuária da China provavelmente serão superiores a US$ 230 bilhões nos próximos cinco anos”, afirma Li Jiaxiang, diretor da CAAC (Administração de Aviação Civil da China).

Apenas nos últimos cinco anos a China investiu US$ 38 bilhões na construção de 33 novos aeroportos, e na modernização e ampliação de outros 33, o que elevou o número total de aeroportos para 175 em 2010. A soma de investimentos em aviação entre 2005 e 2010, que superou o US$ 150 bilhões, é superior ao que o país havia investido nos últimos 25 anos.

A previsão das autoridades chinesas é que o país tenha o maior tráfego aéreo mundial até 2030. Para isso, deverão manter os investimentos na construção de novos aeroportos e na modernização dos sistemas de controle de tráfego aéreo, a fim de evitarem qualquer contratempo no crescimento projetado.


Segundo o Plano Quinquenal chinês, que vai de 2011 a 2015, a capital Pequim pode ganhar um novo aeroporto. Segundo reportagem do jornal Guardian, o novo superaeroporto teria oito pistas civis e uma militar.

Os principais aeroportos chineses são conectados ao centro da cidade via trens ou metrô. Nos casos em que a ligação se dá apenas via rodoviária, há rede de ônibus, táxi e as vias são expressas. O aeroporto de Pequim, por exemplo, conta com ligação via trem rápido ao sistema de metrô desde 2008. A linha de 28,5km custou US$ 882 milhões. E o terminal 3, o mais novo do aeroporto, custou US$ 3,65 bilhões. A capital chinesa tem hoje 14 linhas de metrô, 12 das quais construídas nos últimos 10 anos. Até 2007, eram quatro linhas. Hoje, a cidade dispõe de 300km de ferrovias, número que deverá chegar a 420km em 2012 e a 561km em 2015, quando a cidade deverá ter 19 linhas em operação. O investimento total previsto no sistema, segundo o governo, é de quase US$ 52 bilhões até lá.


O sistema de tráfego aéreo na China é considerado seguro, como aponta o piloto brasileiro Fábio de Almeida França. Mas enfrenta problemas com a demanda crescente. O crescimento anual de passageiros na aviação regular gira em torno de 11%. E como lembra o professor da Universidade de Aviação da China em Pequim, Zheng Xingwu, apenas 20% do espaço aéreo chinês é aberto à aviação comercial – o restante é reservado à aviação militar. Com isso, há constantes atrasos ou até cancelamentos de voos. Em 2010, a taxa de pontualidade na China ficou em 75,43%, abaixo dos mais de 80% registrados em 2009.


Fica o desafio: vamos comparar os investimentos da emergente China com os investimentos da Argentina?



2 comentários:

Anônimo disse...

Estamos vendo os escândalos em vários ministérios, o que podemos esperar do setor da Aviação , é tudo muito obscuro. Estamos muito atrasados, esta é a realidade.

Anônimo disse...

"O sistema de tráfego aéreo na China é considerado seguro"...por quem? Também voei lá. Basicamente, alguns dos problemas de tráfego aéreo deles são bem similares aos nossos: pilotos e controladores de tráfego aéreo inexperientes e mal-treinados, cujo inglês se resume a frases feitas, cartilhas de cursinhos intensivos etc...a vantagem é que a infraestrutura deles é realmente muito melhor do que a da aqui (o que não é grande vantagem, atualmente, já que a daqui é um lixo).