Cerca de 100 pessoasestiveram presentes no protesto "Rio livre de helicópteros sem lei" na Lagoa Rodrigo de Freitas, na manhã deste domingo. Organizada por 20 associações de moradores da Zona Sul, o objetivo da manifestação era chamar a atenção do poder público para a grande quantidade de voos realizados na região.
Durante toda a manhã, os moradores recolheram assinaturas para um abaixo-assinado que pretendem encaminhar para o ministério do Meio Ambiente, secretaria municipal do Meio Ambiente, Ministério Público, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). No documento, eles pedem a proibição de voos turísticos no Cristo Redentor e no Pão deAçúcar e a regulamentação das rotas aéreas e da altitude das aeronaves. Antes do protesto, 1,5 mil pessoas já haviam assinado opedido.
- É inadmissível queo Rio passe por esta situação. O barulho do helicóptero não atrapalha apenas os moradores do local, mas também os animais da Floresta da Tijuca, que é um parque nacional com características únicas no mundo. É uma vergonha para a cidade que vai receber a Rio+20 - lamentou a jornalista Liana Fortes, que mora há 32 anosna Rua Corcovado, no Jardim Botânico.
Para o administrador Jeffrey Brantly, que também mora no bairro, o problema exige soluções urgentes.
- Queremos a proibição imediata dos passeios turísticos feitos com helicópteros. Além disso, é preciso que haja fiscalização. O espaço aéreo do Rio éuma "terra de ninguém" - disse Brantly.
A empresária Cristine Flores, moradora do Humaitá, acrescenta que quer informações sobre a atividade.
- Precisamos saber mais sobre as rotas, os controladores e a quantidade de voos que são feitos por dia. A informação ajuda na fiscalização.
Além do heliponto da Lagoa, os moradores reclamam que helicópteros que sobrevoam a Zona Sul decolam de bases localizadas no Mirante Dona Marta e no Pão deAçúcar.
- Os pilotos voam a qualquer hora do dia, sem respeitar o horário de descanso das pessoas. Eles fazem voos rasantes sobre a comunidade. Quando isso acontece, as casas tremem e o sinal da televisão desparece - afirmou o presidente da Associação de Moradores do Santa Marta, José Mário Hilário dos Santos.
Morador da Rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, o designer Pedro Paulo Pellegrini utilizou o humor para protestar de maneira diferente. Ele simulou um ataque a helicóptero com uma arma feita de lixo.
- Isso é uma brincadeira para mostrar como as aeronaves podem ser violentas quando passam a 150 metros da minha casa. Elas colocam em risco minha família e meu patrimônio - resumiu.
Ao longo de toda a manifestação, o heliponto da Lagoa permaneceu fechado. Um funcionário da empresa Helisul, concessionária do terminal de passageiros do local, disse que a atividade foi interrompida às 10h para evitar problemas. Segundo ele, os voos voltaram a acontecer às 13h. A Helisul não informou a quantidade de voos realizados ontem. Procurada, a companhia não quis se manifestar sobre o protesto. No sábado, um representante da empresa afirmou que pretende instalar sensores de ruídos em casas da região para monitorar o barulho das aeronaves.
Concentrada próxima à ciclovia da Lagoa, a manifestação acabou atrapalhando quem tentava andar de bicicleta no local. A jornalista Fernanda Lopes reclamou da movimentação intensa de pessoas no trecho atrás do heliponto.
- É uma pena que em umdomingo de sol tantas pessoas reunidas prejudiquem o passeio de quem não tem nada a ver com o protesto.
Fonte: Yahoo
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