3.7.13

Companhias perdem exclusividade de área nos terminais privatizados

Medida deve diminuir filas e melhorar serviço
 
Balcões de check-in terão uso compartilhado entre aéreas de acordo com o número de voos das empresas
Bruxelas – O governo brasileiro foi buscar fora do país as soluções para acabar com os atrasos e as longas filas que diariamente atormentam passageiros nos principais aeroportos nacionais. Após conceder à iniciativa privada a operação nos terminais de Guarulhos, em São Paulo, Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, a equipe econômica agora quer que as concessionárias passem a adotar algumas das práticas que há anos se tornaram rotina nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.

A primeira dessas mudanças será acabar com a exclusividade na utilização dos espaços comuns dos aeroportos pelas empresas aéreas. Por determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os três terminais terão de realizar, já a partir de julho, uma espécie de rodízio das áreas comuns usadas para o embarque, confirmação de reserva e entrega de bagagens de passageiros. Hoje, esses locais são compartilhados de forma que as maiores companhias aéreas ficam sempre com mais posições do que as concorrentes de menor porte.

Com a nova regra, o que vai determinar a utilização desses espaços será a demanda diária de passageiros, e não mais o tamanho da companhia aérea. A alteração pretende adequar os terminais brasileiros ao modelo de gestão que já é adotado nos principais terminais do mundo. Na prática, diz o diretor de Tecnologia da Informação do aeroporto de Guarulhos, Luiz Eduardo Ritzmann, “vai haver mais opções de check-in, de bag drop (local para entrega das bagagens) e totens de auto-atendimento para o viajante, que poderá acessar, em um único terminal, todos os voos das companhias que operam na cidade dele”, explica.

Aviso
Na Bélgica, onde participou de um seminário sobre investimentos de tecnologia em negócios da aviação civil, o executivo adiantou ao Estado de Minas que as companhias aéreas já foram informadas das mudanças. Em 30 dias, ele disse, elas já deverão revezar os espaços internos com as concorrentes em função da demanda de voos.

Ainda que positiva, a alteração não deverá resolver de imediato o problema das longas filas. “Compartilhar os espaços vai aumentar a oferta de serviços para o passageiro, mas não a ponto de solucionar o descompasso que existe hoje entre oferta e demanda na aviação comercial”, diz Ritzmann. Ele explica que o terminal de Guarulhos, o maior do país, atende hoje cerca de 35 milhões de passageiros por ano, quando a capacidade disponível é de 20 milhões. “Estamos no limite”, revela.

Para solucionar o problema, a concessionária que administra o aeroporto avisou que está em fase adiantada de obras para construção de um novo terminal, que deve ser entregue em abril de 2014. As obras e adequações nos terminais são parte do esforço que o governo tem feito para aproximar a gestão dos aeroportos brasileiros às práticas já adotadas nos melhores terminais do mundo, mas as alterações propostas não ficarão restritas à estrutura física desses espaços. Reservadamente, as concessionárias dizem que a maior mudança que estão colocando em curso é promover um choque de gestão, reduzindo desperdícios e gerindo melhor os recursos já disponíveis.

Fonte: em.com.br

Nenhum comentário: